O leite materno é o alimento mais completo e capaz de suprir todas as necessidades nutricionais do recém-nascido durante os seis primeiros meses de vida, entretanto as condutas inerentes à prática do aleitamento materno não devem estar dirigidas apenas aos fatores biológicos, mas pautadas também em questões que consideram o contexto social e as percepções das nutrizes são elementos importantes a serem levados em consideração como determinantes da manutenção ou não do aleitamento materno exclusivo. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo, que teve como objetivo identificar a percepção de nutrizes sobre o aleitamento materno exclusivo. Participaram da pesquisa onze nutrizes do município de Vitória da Conquista localizado no sudoeste baiano. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas e analisados por meio da Análise de Conteúdo na modalidade Temática. Foram construídas duas categorias temáticas: 1) O aleitamento materno exclusivo na percepção de nutrizes e 2) As potencialidades e dificuldades acerca do aleitamento materno: percepção de nutrizes. A partir da presente pesquisa, foi possível identificar que a conduta relacionada à prática do aleitamento materno exclusivo é determinada por fatores que estão além dos valores biológicos, perpassando por dimensões de ordem econômica, social, cultural e emocional. Apesar de existir a construção de estratégias em resposta às mulheres que por opção ou imposição, escolhem ou não amamentar, existe um grande desafio nos serviços de saúde para compreender e assistir a nutriz de maneira singular, tal circunstância implica conhecer o contexto social na qual cada nutriz está inserida. Percebeu-se a existência de ambiguidade nas percepções das nutrizes, de forma que todas centralizaram a importância do leite materno apenas para a saúde do bebê, envolvendo sua capacidade de prevenir doenças e colaborar no crescimento e desenvolvimento da criança. Simultaneamente a ideia anterior, algumas mães apesar de conhecerem os benefícios, acreditavam ser o leite materno insuficiente para alimentar a criança, além de exigir das nutrizes muita paciência, fazendo-as optar, em algum casos pela adoção de leite artificial. Portanto, os resultados da pesquisa evidenciam a necessidade de fortalecer a prática educativa, no sentido de concretizar as políticas de saúde inerentes a pratica do aleitamento materno exclusivo como estratégia de prevenção de doenças e de promoção da saúde.