Introdução: A hemodiálise é o tratamento mais utilizado na Doença Renal Crônica e concerne no bombeamento do sangue através de um acesso vascular, com o intuito de extrair toxinas, resíduos nitrogenados e água em excesso do sangue. Para tanto, a fístula arteriovenosa (FAV) é a modalidade de escolha para o acesso vascular dos pacientes com Insuficiência Renal Crônica. Apesar dos benefícios que a fistula proporciona, a mesma interfere na autonomia dos pacientes, causando transtornos biopsicossociais. Objetivo: Analisar a percepção de pacientes renais crônicos frente à fístula arteriovenosa implantada em seu corpo; descrever as emoções e sentimentos provocados pela implantação da fístula arteriovenosa em pacientes renais crônicos; e conhecer o autocuidado de pacientes renais crônicos com a fístula arteriovenosa. Métodos: Estudo descritivo de corte transversal e abordagem qualitativa, realizado com 10 pacientes com acesso venoso permanente do tipo fistula arteriovenosa do setor de Nefrologia de um Hospital da rede privada de João Pessoa-PB, em outubro de 2011. Os dados foram coletados com auxílio de um instrumento estruturado, analisados por meio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Resultados: A partir das falas dos sujeitos foi possível identificar dois temas: Desvelamento do eu frente à fístula e Velamento da fístula a partir do eu. Concernente ao primeiro tema evidenciaram-se duas ideias centrais: Percepção da FAV implantada no corpo e Emoções e sentimentos provocados pela implantação da FAV. Já o segundo tema evidenciou a ideia central: Práticas de autocuidado com a FAV, fazendo emergir os Discursos do Sujeito Coletivo (DSC). Conclusão: O estudo permitiu conhecer a percepção de pacientes renais crônicos frente à fístula arteriovenosa implantada em seu corpo, os quais verbalizaram sentimentos e emoções guardados em seu interior, superados em sua grande maioria pelos laços de vida e esperança ao longo desse caminhar. Todavia o conhecimento sobre os cuidados com a FAV referidos pelos pacientes demonstram ser incipiente. Nesse sentido o enfermeiro deve possuir além de conhecimento cientifico e competência técnica, habilidade em dialogar com os pacientes de modo a fomentar o autocuidado, vislumbrando uma melhora na qualidade de vida.