Anais - 18º CBCENF
Resumo
Título:
ARTETERAPIA: TRABALHANDO COM MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA CONJUGAL
Relatoria:
DANIELLE BARROS PIRES DE MENESES
Autores:
- DJANILSON KLEBER DA ROCHA BARRETO
- CLAUDIA MARIA RAMOS MEDEIROS
Modalidade:
Pôster
Área:
Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência conjugal é aquela praticada entre cônjuges ou entre parceiros íntimos e é entendida como o abuso perpetrado por um dos membros do casal sobre o outro, que ocorre de forma cíclica na esfera da conjugalidade. No Brasil 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano, sendo uma a cada 15 segundos. Altos níveis de violência vivenciados por mulheres no contexto doméstico e familiar, até recentemente ignorados, banalizados e naturalizados, apontam para a possibilidade dos serviços de saúde serem locais propícios para a identificação de casos de violência. Metodologia: Os encontros eram divididos em três momentos: introdutório, sendo feito um trabalho corporal, em seguida, a produção de dados nos ateliês de pintura e desenho e finalizando com o momento de avaliação das experiências. Resultados: A oficinas permitiram correlacionar questões de gênero com o modo como elas vivenciavam a violência conjugal. Ao buscarem significar as vivências da violência, as participantes expressaram por meio das falas transcritas e da pintura, sentimentos de medo e aprisionamento representados em depoimentos como “É a minha história. Eu vivia aprisionada numa floresta negra.” que representa fatos com base em suas próprias experiências de vida. A pintura permitiu uma auto-representação e interpretação estabelecida na relação entre o próprio sujeito. Discussão: A arteterapia é uma ferramenta com finalidade terapêutica. Através da atividade artística, direcionada a pessoas que estão vivenciando ou já vivenciaram uma enfermidade, trauma ou obstáculo. Ela possibilita visualizar conteúdos expressivos, onde a forma converte a expressão subjetiva em comunicação objetivada. Buscamos na arteterapia também um meio de escuta social, de diálogo e de abordagem da experiência da violência conjugal vivida, de modo que as participantes possam através dos recursos plásticos, se expressar e avaliar sua relação com o mundo por meio deles. No caso da violência conjugal o medo do agressor e dos atos de violência causa um constrangimento permanente e limita a capacidade da mulher para reagir e se expressar. Conclusões: Os experimentos de pintura subsidiaram a produção dos dados empíricos, funcionando como fator facilitador da expressão de sentimentos, e situações vivenciadas pelas mulheres em situação de violência. A realização desse estudo indica a possibilidade de subsidiar a pesquisa em enfermagem voltadas para a produção do cuidado com base na escuta, no acolhimento e vínculo.