Acidente de Trabalho Grave é aquele que ocasiona perda física ou funcional, levando a lesões sérias com consequências graves e até mesmo fatais. As fichas de notificações, instrumentos dos sistemas de informação, facilitam estimar o verdadeiro impacto na saúde dos trabalhadores. O desconhecimento impede que respostas organizadas pelo SUS sejam elaboradas de forma efetiva na prevenção e controle dos causadores desses acidentes. Essa pesquisa tem como objetivo descrever o perfil dos acidentes de trabalho graves no Estado de Sergipe. O estudo foi do tipo descritivo envolvendo os casos de acidentes de trabalho graves ocorridos no Estado de Sergipe e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) nos anos de 2008 a 2012, sendo que os dados secundários das notificações foram provenientes do site do CCVISAT. Calcularam-se os números absolutos e as frequências relativas dos acidentes de trabalho graves segundo as variáveis de interesse referentes ao perfil dos acometidos e das características do acidente. O número total de acidentes de trabalho graves notificados no estado de Sergipe, no período de 2008 a 2012, foi de 837 casos. Tiveram frequência destacada entre: trabalhadores do sexo masculino (92,1%), de 18 a 49 anos (84,2%), com ensino fundamental incompleto (47,7%) e ensino médio completo (20,4%), empregado registrado com carteira assinada (34,1%), com vínculo de trabalho autônomo/ conta própria (25,8%) e empregado não registrado (19,8%). Quanto às características do acidente, obteve-se que 59,6% dos acidentes foram típicos e 36,8% de trajeto, sendo 55% em via pública e 33,7% nas instalações do contratante. A CAT somente foi emitida em 10,2% dos casos. O regime de tratamento foi hospitalar para 63,7% dos casos e em 18,6% a atenção foi ambulatorial. A evolução do caso levou a incapacidade temporária em 68,3% e os óbitos pelo acidente de trabalho grave representou 7,8% do total de ocorrências. O aumento das notificações em Acidente de Trabalho Grave no SINAN enfatiza os resultados das ações de intervenções em Saúde do Trabalhador incentivando o notificar de forma permanente pelas instituições de saúde em todos os centros de atendimento, seja ambulatorial ou hospitalar, tentando minimizar os entraves da subnotificação que mascaram a realidade dos acidentes de trabalho grave pelo não reconhecimento do nexo com o trabalho.