INTRODUÇÃO: A amamentação é uma prática complexa que decorre não apenas dos aspectos biológicos, mas também de dimensões comportamentais, culturais, sociais e históricas. É considerada uma experiência muito gratificante para a mãe e para o bebê e que traz benefícios para a saúde física e mental de ambos. Esse ato revela-se, então, com diferentes significados, sendo permeado de ideologias, crenças e mitos, influenciado, principalmente, pela história de vida e pelo contexto no qual o sujeito, que o vivencia, está inserido. OBJETIVO: Identificar os desafios em conciliar o ser mãe e o ser universitária. METODOLOGIA: Pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, realizada na Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), localizada na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil. A população foi composta por todas as estudantes do curso de enfermagem da FACENE e a amostra foi constituída por 10 estudantes gestantes regularmente matriculadas que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2010 utilizando um formulário de entrevista. RESULTADOS: Constatou-se que a maioria das participantes tinham idade entre 25 e 30 anos, eram casadas, católicas e cursavam o sexto período. Mostram que a maioria das estudantes tem dificuldade em conciliar a amamentação com as aulas e estágios práticos do curso tornando este ato um desafio. Foi visto ainda que na maioria das vezes a família serviu como alicerce principal em relação aos conhecimentos passados de mãe para filha e foram identificadas algumas fragilidades relacionadas a Instituição de Ensino Superior (IES) como a falta de estrutura da faculdade em acolher essas mães e bebês para promover a amamentação durante intervalos das aulas, bem como as exigências na carga horária em estágios, além da necessidade de incentivar, apoiar e promover um ambiente agradável para que as estudantes possam amamentar de forma suficiente. CONCLUSÃO: Foi possível concluir que ser mãe universitária torna-se um desafio uma vez que a mulher precisa conciliar a amamentação e o cuidado com o bebê com outras funções, dentre elas a de ser estudante, dificultando sua exclusividade até o sexto mês de vida como preconiza o Ministério da Saúde.