Após a erudição da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), as discussões sobre o tema ganharam mais tonalidade. Inúmeros estudos são feitos na tentativa de contribuir para melhorias de cuidados a essa população. Buscando fornecer dados para o entendimento de peremptórias relacionadas, objetivou-se caracterizar o perfil de usuários do sexo masculino e profissionais de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) localizada no interior do Ceará. Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa, recorte de um estudo maior, na qual investigou a efetivação da PNAISH. Participaram do estudo três grupos distintos, um (G1) formado por usuários do sexo masculino que possuíam o hábito de ir com frequência a Unidade Básica de Saúde(UBS). Outro (G2) diferindo do grupo anterior apenas pelo fato dos membros não irem com assiduidade aos serviços de saúde. Por último, um grupo (G3) composto por profissionais de nível de superior da ESF referente a área adstrita dos usuários. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário sociodemográfico, analisado por intermédio da estatística descritiva e em seguida feito o comparativo entre os grupos. A baixa escolaridade foi uma forte característica do G2, o que pode vir a contribuir com a negligência na realizações ações promotoras de saúde, como ir a UBS. Em ambos grupos dos usuários houve uma concentração na faixa etária de 31 a 40 anos, representados assim por uma população economicamente ativa. Tal informação faz perceber que a atividade laboral não é exclusivamente uma prerrogativa para não procurar a UBS. O G3 foi composto por uma equipe multidisciplinar, sendo marcante a feminização, situação frequente nos serviços de saúde e vinculado como contribuinte para a vagância de homens na Atenção Básica. Foi encontrado ainda, uma preocupante baixa qualificação, o que pode favorecer uma menor qualidade da assistência prestada. Os dados encontrados nos remetem dessa forma que a saúde do homem é multifacetada e inúmeros são as particularidades dessa população a qual está imersa no mosaico cultural brasileiro. O estudo evidenciou que determinadas características não são exclusivamente motivos para frequentar ou não ao serviços de saúde, sendo necessário que mais estudos sejam feitos e levando em consideração a unicidade de cada indivíduo. Ao passo, alerta para a importância da educação permanente para não alargar ainda mais o abismo existente entre homens e o serviço de saúde.