A hanseníase na infância é considerada um grave problema de saúde pública. Para o Ministério da Saúde, o diagnóstico da hanseníase em crianças indica transmissão recente da doença e a existência de focos ativos de transmissão. Trata-se de um estudo retrospectivo, de caráter descritivo, baseado em levantamentos de dados com abordagem quantitativa. Teve por objetivo analisar a situação epidemiológica da hanseníase em menores de 15 anos no município de São Luís-MA, no período de 2005 a 2009, utilizando indicadores epidemiológicos e operacionais. Foram utilizados dados secundários, obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e DATASUS/MS, disponíveis no aplicativo TABWIN e a coleta foi realizada no mês de junho de 2011 na Vigilância Epidemiológica do município. Foram notificados 402 casos de hanseníase em menores de 15 anos, sendo 365 casos novos. O coeficiente de detecção nessa faixa etária manteve-se no nível hiperendêmico durante todo o período estudado. A faixa etária dos 10 a 14 anos (64%) foi a mais afetada e cerca de 82,5% dos casos residiam na área urbana. O modo mais utilizado de detecção foi demanda espontânea seguida do encaminhamento. A forma paucibacilar apresentou 2 casos a mais que multibacilares, sem diferença significativa. A forma clínica mais comum foi a dimorfa (42,5%), seguida da tuberculóide (34,5%). A maioria dos casos teve o grau de incapacidade avaliado no diagnóstico. A avaliação da incapacidade durante cura foi precária. Dos contatos intradomiciliares registrados, apenas 46,6% foram examinados pela equipe. Os resultados mostram passividade dos serviços de saúde, diagnóstico tardio dos casos e fragilidade das ações de controle. Recomenda-se que o município desenvolva medidas de prevenção e controle específicas para a faixa etária estudada, com a finalidade de diminuir o número de casos detectados e a transmissão da doença.