INTRODUÇÃO: acidentes domésticos infantis ocorrem principalmente com crianças de zero a cinco anos, pois, nessa fase, elas apresentam curiosidade aguçada aliada à imaturidade cognitiva e motora. Ademais, nesse período, geralmente elas permanecem maior parte do tempo no domicílio, o qual pode conter objetos e estruturas que as expõem a diversos riscos. Destarte, Estratégia Saúde da Família representa um meio privilegiado para estimular a prevenção desses eventos, por fundamentar-se no estabelecimento de vínculo entre profissionais, indivíduo, família e comunidade. OBJETIVO: descrever a percepção de cuidadores de crianças sobre indícios para a prevenção de acidentes domésticos infantis. METODOLOGIA: estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, realizado junto a 20 cuidadores de crianças de zero a cinco anos. A coleta de dados ocorreu entre março e abril de 2013, em uma Unidade de Saúde da Família em Natal/RN, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob parecer nº 219.872. Os dados foram tratados com base no Discurso do Sujeito Coletivo e analisados à luz de um dos pilares do Modelo de Crenças em Saúde, o qual diz respeito aos indícios para a ação. RESULTADOS E DISCUSSÃO: os resultados evidenciaram a percepção de cuidadores quanto a estímulos internos e externos para a prevenção de acidentes domésticos infantis. A partir disso emergiram duas categorias sobre o acesso a informações referentes à prevenção desses eventos. A primeira destas identificou que as principais fontes de informações acerca dos diversos tipos de acidentes e suas respectivas formas de prevenção foram: familiares, amigos e a mídia televisiva. Entretanto, a segunda desvelou a participação incipiente de profissionais da Estratégia de Saúde da Família como mediadores desse conhecimento. Tal fato pode ser atribuído a problemas relacionados à acessibilidade à unidade de saúde pesquisada, infraestrutura inadequada e sobrecarga profissional. CONCLUSÕES: constata-se a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde, especialmente aqueles atuantes na Estratégia Saúde da Família, quanto à temática em questão, pois, a tomada da decisão do indivíduo está relacionada à sua compreensão de susceptibilidade. Para tanto, urge a elaboração de ações governamentais que objetivem subsidiar a melhoria dos recursos físicos e humanos locais.