Introdução: A falência renal e consequente terapia hemodialítica para substituição da função desse órgão estão relacionadas a diversas restrições impostas pela evolução da doença e tratamento. Assim, o paciente renal vivencia alterações em seu cotidiano relacionadas às restrições hídrica e alimentar, ao esquema medicamentoso contínuo e dependência da máquina de hemodiálise para a manutenção de sua vida. Fatores esses que influenciam sobremaneira a qualidade de vida dessa população. Diante disso, a dificuldade em adaptar-se a nova realidade culmina em dificuldades quanto ao seguimento adequado do regime prescrito, seja por falta de conhecimento ou interesse. Nesse sentido, torna-se relevante a identificação de dificuldades vivenciadas pelo paciente em hemodiálise e em que âmbito do tratamento este enfrenta maiores problemas. Objetivo: Verificar a ocorrência de dificuldades com o regime terapêutico prescrito, bem como identificar em que âmbito se pautam tais dificuldades. Método: Estudo transversal, com 200 pacientes submetidos ao tratamento hemodialítico em uma clínica de diálise de uma cidade do nordeste do Brasil. A coleta ocorreu entre os meses de março e abril, pela pesquisadora, três enfermeiras e uma aluna do nono período do curso de graduação em enfermagem. Para subsidiar a coleta de dados, fez-se uso de um instrumento contendo perguntas abertas e fechadas a respeito da dificuldade no seguimento adequado do regime terapêutico desse cliente. Os dados extraídos foram tabulados e analisados conforme estatística descritiva. Ocorreu aprovação no comitê de ética em pesquisa da instituição responsável pelo estudo, sob o número 387.837 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 18486413.0.0000.5537. Resultados: Identificou-se uma frequência de 64,5% dos pacientes com dificuldades no seguimento adequado do seu regime terapêutico. Quanto à natureza dessas dificuldades sobressaíram: dificuldades em seguir a restrição hídrica adequada (49,5%), dificuldade na restrição alimentar (39,7%), dificuldades com as sessões de hemodiálise (29,5%) e dificuldades com o regime medicamentoso (20,0%). Conclusão: O paciente renal submetido à hemodiálise apresenta dificuldades quando ao regime prescrito, em especial no que diz respeito à restrição hídrica imposta pela doença e terapia. Assim, a enfermagem deve direcionar suas ações para favorecer maior adaptação à nova condição de vida desse paciente, bem como orientações para o seguimento adequado dos cuidados.