Introdução: O câncer de estômago segundo a IARC é o quinto tumor maligno mais incidente no mundo e o tratamento de primeira opção para esses casos é a gastrectomia. Objetivo: Relatar a experiência da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem e da execução dos métodos semiológicos e semiotécnicos durante aulas práticas da graduação a partir de um caso de neoplasia gástrica. Metodologia: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência vivenciado durante a realização de um estudo de caso nas aulas práticas da disciplina Semiologia e Semiotécnica para Enfermagem de uma universidade pública federal com uma paciente adulta, no mês de novembro de 2014, em um setor oncológico de um hospital no município de Teresina-PI. Os dados foram coletados do prontuário e por meio da anamnese e exame físico. A SAE foi realizada com base na taxonomia NANDA, NIC e NOC. Resultados: Paciente C.M.S., 48 anos, sexo feminino, admitida no hospital para quimioterapia contínua por cinco dias em decorrência de câncer de estômago. Pela anamnese levantou-se informações sobre a história da doença atual e pôde-se identificar sentimentos negativos em relação às mudanças sofridas em seu corpo devido à doença, o que só foi possível pela interação estabelecida com a paciente por meio da escuta e do olhar clínico. Ao exame físico encontraram-se alterações como: IMC = 15,60 kg/m2, presença de massa palpável em região epigástrica indolor à palpação profunda e à descompressão brusca, timpanismo difuso à percussão e cicatriz cirúrgica em mesogástrio. A partir do levantamento desses dados e do raciocínio clínico, identificou-se os diagnósticos de enfermagem: nutrição desequilibrada menos do que as necessidades corporais relacionada à capacidade prejudicada de digerir alimentos, evidenciada por peso corporal 20% abaixo do ideal; baixa autoestima relacionada à distúrbio na imagem corporal evidenciada por verbalizações negativas; risco de infecção relacionado à desnutrição. As principais intervenções foram planejamento da dieta e controle do peso; escutar ativamente e aconselhamento; proteção contra infecção e supervisão. Conclusão: Percebe-se a importância de uma assistência direcionada às necessidades específicas do paciente oncológico, sendo fundamental a reflexão sobre as implicações da doença e do tratamento sobre a vida do paciente, de modo a potencializar a eficiência e a individualidade das intervenções de enfermagem.