As doenças do aparelho cardiovascular representam a principal causa de mortalidade no mundo e é na adolescência o período em que há a incorporação de fatores de risco para tais doenças. Dessa forma, objetivou-se identificar os fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Estudo transversal quantitativo, realizado em uma escola pública no município de Juazeiro do Norte-CE. A amostra abrangeu 54 estudantes do 1º ano do ensino médio, com idade de 14 a 18 anos. Os dados foram coletados em junho de 2014, por meio de um questionário contendo informações sobre o perfil socioeconômico, antecedentes familiares de doenças cardiovasculares, pressão arterial, medidas antropométricas, estilo de vida, nível de estresse e autocuidado relacionado à saúde cardiovascular. O estudo teve origem das atividades do projeto de extensão Cuido de/o Coração da Universidade Regional do Cariri e foi aprovado por um Comitê de Éticasob o protocolo de N° 10030228-9. A média de idade dos participantes foi de 16 anos, com prevalênciade mulheres (64,6%), raçamestiça (55,5%),solteiros (94%), renda familiar inferior a dois salários mínimos (81,5%). Os antecedentes familiares cardiovasculares estiveram presentes em 83,3%, sendo a hipertensão o mais prevalente. Quanto aos outros fatores tem-seIMC aumentado (14,8%), pressão arterial elevada (7,4%), fumo (1,8%), consumo de álcool (22,2%), adição de sal à comida quando a mesma não está salgada o suficiente (62,7%), adição de sal mesmo antes de provar a comida (11,1%), raro consumo de vegetais (12,7%), não comem frutas todos os dias (72,21%),consumode frituras diariamente (22,2%), pouca prática de atividade física regular (64,8%). Em relação ao nível de estresse, 12,95% apresentaram os níveis mais elevados de estresse.No tocante ao cuidado com a saúde cardiovascular, 53,7% citaram não ter verificado a pressão arterial nos últimos 12 meses, 77,7% não averiguou o nível de colesterol e 68,5% não verificou o nível de glicemia. Quanto às condições clínicas, 57,4% referiram não saber se possuíam hipertensão, 51,8% não sabem se tem diabetes e 1,85% referiu terdiabetes. O conhecimento dosfatores de risco presentes na adolescência permitea criação de intervenções efetivas de promoção à saúdecardiovascular em tal população, imprescindíveis para o desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis entre os adolescentes.