A educação em saúde é um campo multifacetado, para o qual convergem diversas concepções das áreas tanto da educação, quanto da saúde, as quais espelham diferentes compreensões do mundo, demarcadas por distintas posições político-filosóficas sobre o homem e a sociedade. Na atenção básica, o enfermeiro, como integrante de uma equipe multiprofissional, tem atuado com destaque em ações educativas, contribuindo para que os usuários se sintam respeitados e participativos nas ações de melhoria da qualidade de vida. Nesse sentido, nota-se que as salas de espera podem ser um espaço potencial, no qual busca-se estimular um momento de diálogo crítico-reflexivo, transformando assim o tempo ocioso pela espera da consulta, em um momento produtivo e de aprendizado, a partir de atividades educativas. O objetivo desse estudo é relatar a experiência vivenciada nas salas de espera das Unidades de Saúde da Família, como potencial ferramenta de educação na prevenção e promoção à saúde. Trata-se de um relato de experiência, vivenciado na disciplina de Estágio Supervisionado em Prática de Educação II, do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, desenvolvida na Unidade de Saúde da Família Integrada de Mangabeira I, do município de João Pessoa –PB. As salas de espera foram realizadas antes dos atendimentos e aconteciam nos espaços de espera dos usuários. Eram realizadas pelos estudantes, os quais abordavam temas pertinentes ao cotidiano da comunidade. Ocorreu uma combinação de oportunidades, onde foi possível interagir, desmistificar determinados tabus e, sobretudo, fortalecer o vínculo e a troca entre o saber popular e o científico. As dúvidas dos usuários foram esclarecidas e, apesar de atualmente haver um vasto acesso às informações, os mesmos desconhecem certos aspectos relacionados à sua saúde. Desse modo, esses espaços de diálogo com a população oportunizaram momentos de reflexão e problematização, tornando a espera significativa, e amenizando, inclusive, o desgaste físico e emocional do usuário. O enfermeiro é um agente fundamental na construção de um fazer em saúde e, através das práticas educativas e necessidades dos usuários, o profissional pode prevenir e promovê-la de maneira integral. Portanto, convocar os usuários para uma construção conjunta de alternativas viáveis tanto para evitar, como também solucionar os possíveis problemas que venham a surgir, delibera-se algo exímio, afinal, educação em saúde é o pleno exercício de construção da cidadania.