Crianças e famílias que vivenciam a doença crônica em seu lar possuem necessidades singulares, que demandam um cuidado qualificado por parte da rede de atenção à saúde, com cada ponto do sistema, contribuindo para o controle adequado da doença, tendo a Atenção Primária à Saúde (APS) como coordenadora da assistência, minimizando a ocorrência de crises e de hospitalizações desnecessárias. Objetivou-se refletir sobre a atenção primária como coordenadora do cuidado na doença crônica infantil no contexto das redes de atenção à saúde. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, utilizando-se para a busca bibliográfica as bases de dados eletrônicas: Google Acadêmico, LILACS, PubMed e SciELO, cujas publicações selecionadas são escritas nos idiomas português, inglês e espanhol, no período de 2002 a 2014. A pesquisa foi realizada utilizando-se os descritores: Criança (Child), Família (Family), Doença Crônica (Chronic Disease), Atenção Primária à Saúde (Primary Health Care), realizando-se cruzamentos duplos, triplos e/ou quádruplos entre eles. Complementando-se também em alguns cruzamentos, com a palavra-chave “Redes de Atenção à Saúde”. A amostra foi constituída por quatro livros, três documentos e quatorze artigos de periódicos nacionais e internacionais. Evidencia-se que a organização do sistema em redes permite o cuidado contínuo e integral, coordenado pela APS, prestado no tempo certo, no lugar certo, com custo certo, com a qualidade certa e de modo humanizado. O trabalho em rede objetiva o fortalecimento da APS como coordenadora do cuidado. Ao exercer esse papel, o nível primário deve ser capaz de garantir o cuidado contínuo do indivíduo no Sistema Único de Saúde, fortalecendo vínculos entre a população e os pontos de atenção, o que é fundamental para o cuidado integral da criança com doença crônica. Portanto, para superar a assistência fragmentada e isolada ofertada atualmente em diversos locais, é importante que a assistência ambulatorial especializada e hospitalar no cuidado às pessoas com doenças crônicas seja complementar e integrada à APS. Faz-se necessária a reflexão no processo de trabalho desenvolvido na APS, buscando sensibilizar os profissionais para direcionarem seu olhar para as crianças com doença crônica e suas famílias que vivem na sua área de abrangência e de atuação, para que possam identificar precocemente as demandas de cuidado e, assim, poderem realizar uma atenção coordenada, contínua, resolutiva e eficaz.