INTRODUÇÃO: A LRA é caracterizada por uma redução abrupta da função renal que se mantém por períodos variáveis, resultando na inabilidade dos rins em exercer suas funções básicas de excreção e manutenção da homeostase hidroeletrolítica do organismo. A LRA mantém elevado grau de morbimortalidade, mesmo com os progressos tecnológicos alcançados. As LRAs de causas nefrotóxicas são frequentes e, se não evitáveis, são passíveis de monitoramento. São diversas as formas de nefrotoxicidade por medicamentos usados em pacientes críticos: lesão tubuloepitelial (aminoglicosídeos, contraste venoso), nefrite intersticial (penicilina, inibidores de calcineurina, AINEs), glomerulite (IECA, sais de ouro, d-penicilamina), formação de cristais intratubulares (indinavir e aciclovir) e redução do fluxo plasmático renal (IECAs, AINEs). OBJETIVO: Averiguar a exposição dos indivíduos com quadro de insuficiência renal aguda internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Barão de Lucena (HBL) a agentes nefrotóxicos. METODOLOGIA: Pesquisa documental de caráter retrospectivo, com predominância quantitativa. A amostra foi constituída por prontuários de 64 pacientes da UTI de um hospital público da cidade do Recife. Os dados foram tabulados no Microsoft Office Excel 2010. Pesquisa aprovada sob CAAE nº 34643614.9.00005197. RESULTADOS: Observou-se que todos os indivíduos apresentaram mais de uma exposição a fatores de risco para lesão renal reforçando a natureza multifatorial da patologia. Sendo que mais de 50% utilizaram inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), antiinflamatorios não esteroidais (AINE’s) e drogas vasoativas. Também foi encontrado uso de aminoglicosídeos em 41% da amostra. Quanto ao uso de drogas vasoativas, observa-se que 51,5% dos pacientes fizeram uso, essa incidência elevada pode ser explicada pelo local de realização do estudo (UTI) e características dos pacientes (críticos). CONCLUSÃO: Neste estudo conclui-se que a exposição de pacientes com LRA a agentes nefrotóxicos foi elevada. Estes dados nos permitem afirmar que a identificação de pacientes com risco de lesão renal aguda poderia estimular estratégias de tratamento e prevenção da nefrotoxicidade.