INTRODUÇÃO: O uso abusivo de drogas é um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo. Estima-se que 185 milhões de pessoas acima de quinze anos já consumiram drogas ilícitas, ou seja, 4,75% da população. O Brasil possui alta média comparada ao acometimento mundial de usuários de drogas ilícitas. Cerca de 10% da população dos centros urbanos consomem abusivamente substâncias psicoativas, independente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. Desde a década de 70, acompanha-se a trajetória da reforma sanitária, quando o processo da reforma psiquiátrica altera conceitos e práticas na atenção aos transtornos mentais no país, principalmente no que diz respeito ao acolhimento, que pode ser entendido como: uma postura que pressupõe atitude por parte do enfermeiro de receber, escutar e tratar de forma humanizada o usuário e suas demandas. OBJETIVO: Descrever como o enfermeiro acolhe os usuários de álcool e drogas nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD). METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória do tipo revisão de literatura, a partir de artigos científicos publicados na base de dados SCIELO e LILACS. Para tanto, utilizou-se como critérios de inclusão artigos nacionais, redigidos em português e disponíveis na íntegra, indexados entre os anos de 2005 a 2012. Utilizaram-se como descritores: usuários, CAPS AD e acolhimento. Após o levantamento dos dados obteve-se 25 artigos, mas apenas 5 estavam relacionados com a temática abordada. RESULTADOS: Mediante a análise dos dados, tendo em vista que alguns vínculos familiares são rompidos em decorrência da dependência química, observa-se que a principal rede de acolhimento a esses usuários são os CAPS AD. Houve evidência de que a experiência com atenção aos usuários com álcool e drogas coloca o enfermeiro face a face com inúmeros desafios, pois o mesmo vai trabalhar em uma perspectiva diferente da que foi aprendida durante a sua formação acadêmica, além de ter que lidar com a ansiedade, insegurança, preconceito e até incapacidade de atender ao usuário, em virtude de desconhecerem o melhor modo de fazer a assistência correta. Diante da relevância que o problema assume para a saúde pública, considera-se que o preparo de profissionais de enfermagem para atuar junto a esta clientela deva ocorrer em toda a rede de saúde, visando assim enfermeiros treinados e com uma visão mais abrangente voltada para esse novo modelo estabelecido pela reforma psiquiátrica.