O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, sobretudo, pelos seus efeitos psicológicos. O enfrentamento do câncer de mama em mulheres mastectomizadas é compreendido como um conjunto de sentimentos incorporados pelas mulheres que passaram por esse processo. Têm-se o objetivo de descrever os aspectos vivenciais de mulheres portadoras de câncer de mama que foram submetidas a mastectomia. Estudo qualitativo realizado em um hospital de referência em oncologia na cidade de Teresina - PI. Utilizou-se como critérios de inclusão: ter idade superior a 18 anos; ter passado pelo processo de mastectomia; aceitar que a entrevista fosse gravada; estar em condições físicas e mentais. Participaram oito mulheres atendidas no hospital referência. Foi utilizado um formulário semi-estruturado com perguntas abertas contendo dados socioeconômicos e culturais e dados relativos ao processo saúde/doença e a técnica empregada foi entrevista. As participantes foram informadas acerca dos objetivos, sigilo, relevância do estudo, gravação em áudio e assinaram o Termo de Consentimento Livre e esclarecido. Para a análise dos dados utilizou-se o referencial de teórico-metodológico de Minayo. A pesquisa se deu a partir do aceite do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí sob o parecer nº0273.0.045.000-10. Dos relatos emergiram três categorias: estratégias de enfrentamento das mulheres mastectomizadas; facilidades e dificuldades no enfrentamento do câncer de mama; e a assistência prestada à mulher mastectomizada. A compreensão e análise das categorias permitiram-nos demonstrar através dos relatos das entrevistas que a doença provocou uma série de mudanças nas vidas dessas mulheres; que para muitas mulheres conviver com sentimentos negativos significa estarem rodeadas de incerteza e medo do desconhecido e que é imprescindível compreender o contexto dessas pessoas, as suas experiências de vida e as estratégias de cuidados que recorrem habitualmente na resolução de problemas. Após o diagnóstico de câncer de mama enfatiza-se a importância do acompanhamento de enfermagem, visando à identificação de problemas na busca da qualidade de vida e minimizar as alterações físicas e psicológicas. Torna-se relevante a contribuição de tecnologias educativas escritas no contexto da educação em saúde e o papel desse recurso para se promover saúde, prevenir complicações, desenvolver habilidades e favorecer a autonomia das mulheres.