A coinfecção HIV e tuberculose é uma das principais responsáveis pelo acréscimo da morbidade e mortalidade em pacientes com imunodeficiência, pois se por um lado a infecção pelo HIV aumenta a ocorrência de tuberculose, por outro a tuberculose interfere diretamente na sobrevida de pessoas com HIV, diminuindo-a. Um dos maiores problemas no tratamento, tanto da aids, quanto da tuberculose, é a não adesão ao tratamento e/ou o abandono do mesmo, que incrementam as falhas terapêuticas e a resistência às drogas utilizadas. Este artigo busca identificar em bancos de dados nacionais, artigos que abordam a coinfecção HIV/tuberculose e a adesão ao tratamento, sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre o tema e analisar os fatores associados a essa coinfecção. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura utilizando as bases de dados SciELO, MEDLINE e BDENF, do período 2004 à 2014, com os seguintes descritores: HIV; Tuberculose; Adesão à Medicação. Teve como critérios de inclusão artigos em língua portuguesa, na íntegra, totalizando 28 produções, sendo excluídos cartas ao leitor, artigos incompletos e aqueles que não tratavam do tema proposto, utilizando então apenas 12 artigos. Diante da compilação desses artigos percebeu-se que o tratamento supervisionado minimiza o problema do abandono do tratamento em pessoas com coinfecção Tb/HIV, considerando que a infecção pelo HIV predispõe ao aumento da frequência de efeitos adversos, dada a elevada quantidade de medicamentos ingeridos diariamente. Assim, a adesão ao tratamento da Tb ultrapassa o caráter biológico, clínico e comportamental, estando associado sobretudo, ao entendimento que o doente tem sobre seu adoecimento, ao lugar que ocupa no processo de produção e reprodução social e aos aspectos que dizem respeito à organização dos serviços de saúde. Fica evidente que a adesão ao tratamento da Tb permanece como desafio para os programas de controle da Tb e AIDS, mesmo com a instituição do tratamento supervisionado. Portanto, acredita-se que os profissionais de saúde devam ser sensibilizados quanto às especificidades desse segmento da população, para desenvolver uma assistência qualificada, acolhedora e permeada pela escuta ativa, buscando assim incentivá-los à adesão e ao controle de sua própria saúde, melhorando sua sobrevida e contribuindo com a proteção de pessoas suscetíveis.