INTRODUÇÃO: O período que sucede o parto, principalmente as primeiras seis semanas, é conhecido como puerpério ou pós-parto e é marcado pelo retorno do organismo materno ao estado pré-gravídico, exceto as modificações relacionadas com a lactação. Uma nova gestação durante o aleitamento é fator de instabilidade na relação entre mãe e filho, havendo evidências de que a morbimortalidade de ambos é menor quando o intervalo entre os partos é maior que dois anos. O planejamento familiar é uma estratégia importante de promoção à saúde do binômio mãe-filho e ainda, de economia nos recursos para a saúde. Tem-se como objetivo relatar as ações de três enfermeiras sobre a assistência ao planejamento familiar no puerpério. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizada com três enfermeiras de três Unidades Básicas de Saúde do município de Lagarto-SE. Os dados foram coletados por meio de um roteiro semiestruturado de entrevista. RESULTADOS: As enfermeiras durante as visitas puerperais realizam orientações quanto ao planejamento familiar e sua influência na saúde da puérpera e da criança. A escolha do método contraceptivo no puerpério é feita segundo a vigência ou não de lactação e das circunstâncias com ela relacionadas. Assim, caso a mulher esteja amamentando, dá-se preferência a métodos não hormonais ou progestagênios isolados, seguidos de métodos comportamentais. Orientam também que amamentar com mamadas frequentes em torno de três em três horas pode evitar a ovulação e, portanto, a gravidez até cerca do quinto mês pós-parto. Na ausência de amamentação os métodos hormonais combinados, bem como todos os outros métodos, podem ser utilizados quando prescrito pelo médico. Uma enfermeira relatou que algumas puérperas deixam de amamentar para utilizar contraceptivo a base de estrogênio, por não confiar nos progestagênios. Fato que pode prejudicar no desenvolvimento da criança e poderia ser evitado com um bom esclarecimento. CONCLUSÃO: É de suma importância à questão da saúde reprodutiva no período puerperal, uma vez que, muitas vezes as mulheres se expõem ao risco de uma nova gravidez em intervalos curtos devido à falta de informação, à qualidade dos serviços de saúde e ao acesso aos contraceptivos. A enfermagem, portanto, tem papel fundamental na orientação quanto aos métodos contraceptivos, espaçamento entre a gravidez e importância da amamentação, além de esclarecer as dúvidas das puérperas, garantindo assim um serviço integral.