A Teoria da autoeficácia tem considerável importância nos estudos comportamentais relacionados à saúde, incluindo a autoprevenção da transmissão sexual do HIV e outras DSTs, além da ocorrência da gravidez indesejável. Um dos maiores objetivos da saúde pública é evitar infecções por HIV e, com o baixo uso de preservativo, o desafio é promover a saúde do próprio corpo e quebrar a cadeia de transmissão das DSTs, influenciando o comportamento das pessoas no uso de preservativo. Além de fatores como conhecimento e o acesso, a autoeficácia tem se mostrado fortemente associada ao comportamento de cada indivíduo frente ao uso do preservativo, sendo um importante conceito a ser estudado no âmbito da saúde, motivando o desenvolvimento da pesquisa em questão, que possui como objetivo auxiliar o processo de tomada de decisão sobre o uso do preservativo, considerando sua autoeficácia. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando uma técnica de regressão logística multinomial, que permite analisar variáveis explicativas em relação à variável resposta em seus vários níveis. A amostra foi composta por 1260 pessoas que responderam a um questionário composto pela Escala de Autoeficácia no Uso de Preservativos, derivada da pesquisa Condom Use Self-Efficacy Scale-Ghana (CUSES-G), a escala possui quatro fatores: habilidade, assertividade, prazer e drogas e DSTs. Utilizou-se como variável resposta o uso do preservativo e variáveis dependentes as questões relacionadas à escala. Observou-se que apenas 3% dos entrevistados afirmaram nunca ter usado a camisinha, 17% às vezes usam, 18% usam raramente, 26% usam freqüentemente, e por fim 36% sempre usam o preservativo. Os fatores considerados mais importantes foram a confiança em usar o preservativo com sucesso, em usar durante uma relação sem diminuir o prazer sexual e lembrar-se de usá-lo após ter ingerido bebidas alcoólicas. O modelo logístico multinomial evidenciou que o uso da camisinha é explicado pela influência da confiabilidade que o individuo tem no sucesso do preservativo. Foi possível perceber que para aumentar a adesão ao preservativo é necessário investir no aumento da discussão sobre o tema visando aumentar a confiança do individuo em sua autoeficácia, visto que essa foi a variável de maior influência no momento da decisão.