A superlotação nos serviços de urgência e emergência hospitalares, tem se tornado um problema mundial, com objetivo de mudar esse cenário, o Ministério da Saúde lançou em 2003 a Política Nacional de Humanização (PNH), que tem como metas um atendimento resolutivo e acolhedor. Em diversos países, inclusive o Brasil, o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), vem sendo utilizado com objetivo de agilizar o atendimento, priorizando de acordo com a gravidade clínica do paciente, e não com a ordem de chegada ao serviço. O objetivo do trabalho é descrever os principais agravos atendidos pelo Acolhimento com Classificação de Risco em um Hospital Público de referência para urgência e emergência, classificar os principais agravos segundo protocolo e nível de complexidade, identificar a procedência dos usuários atendidos e elucidar o destino dos pacientes atendidos pela ACCR. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa realizada em um hospital de urgência e emergência de grande porte onde está implantado o dispositivo da PNH, o Acolhimento com Classificação de Risco. Esta pesquisa utilizou como base de dados, as fichas dos atendimentos da Classificação de Risco, no qual foram utilizadas 1800 (mil e oitocentos) fichas de uma população estimada em 8300 (oito mil e trezentos). Os resultados através da análise das 1800 fichas permitiu inferir que os agravos tiveram como causa base os acidente de trânsito levando as queixas de dor, trauma e lesão em membros; em pacientes com idade entre 20-39 anos, do sexo masculino, procedentes de Teresina, chegando ao hospital através de Veículo Próprio, sendo classificados em Nível II- amarelo e encaminhados ao Clínico em sua maioria. Concluiu-se que com o aumento da procura do serviço de urgência/emergência, este estabelecimento de referência encontra-se em dificuldade em atender de forma humanizada e de qualidade os indivíduos que necessitam de atendimento, fazendo com que este serviço esteja com uma demanda acima da sua capacidade física, inviabilizando o atendimento apropriado e baseado nas diretrizes da PNH. Os dados coletados sugerem reflexão, com necessidade de políticas mais enérgicas que venham fortalecer a segurança no trânsito, como campanhas educativas de grande impacto e uma fiscalização mais eficaz e efetiva.