Introdução: Embora haja consenso que a formação em saúde deva ser voltada para formar profissionais para o SUS, esta ainda não é uma realidade vista em todas as Universidades. A realidade dos serviços de saúde e suas relações com os modos de fazer a atenção e a gestão é fator essencial para a construção de processos formativos, que buscam o enfrentamento das problemáticas e concretização do SUS e de seus princípios. A transdisciplinaridade surge como umas das mais completas ações de formação, por tratar-se da integração das disciplinas de um campo particular sobre a base de uma visão geral compartilhada. Objetivo: Compreender a noção de transdisciplinaridade para profissionais de saúde que atuavam em serviços do SUS, bem como o entendimento e aplicação disto no cuidado ao paciente. Metodologia: A amostra foi constituída por 15 profissionais, sendo estes das áreas da Enfermagem, Farmácia, Medicina e Psicologia. A coleta de dados foi feita por meio de entrevista individual, com aplicação de formulário estruturado; Teste da Associação Livre de Palavras (TALP), solicitando que fossem evocadas 5 palavras para o termo TRANSDISCIPLINARIDADE; e entrevista propriamente dita, com questões norteadoras sobre o tema. A análise dos dados foi realizada pelo programa Excel, pela Teoria do Núcleo Central e pela Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: De acordo com as evocações feitas pelos profissionais de saúde, a categoria conhecimento situou-se como núcleo central para o termo Transdisciplinaridade. Na periferia intermediária situaram-se as categorias capacitação, compromisso e equipe. Além da visão dos profissionais de saúde sobre o conceito do termo Transdisciplinaridade, foram feitos os seguintes questionamentos: relação entre transdisciplinaridade, integralidade e humanização: Sonho ou realidade? E as dificuldades encontradas para o trabalho no SUS. Conclusão: A visão dos participantes acerca do conceito de transdisciplinaridade pautava-se num discurso ainda confuso, destacando que as inúmeras dificuldades encontradas para atuar no SUS poderiam ser sanadas através de uma gestão local mais eficiente. Muitos diziam que aprenderam a lidar com o sistema público de saúde na prática e que os problemas ocorriam principalmente pela falta de qualificação dos trabalhadores e gestores. Depreende-se que enquanto o processo de formação dos cursos de saúde não voltarem seus parâmetros para a formação para o SUS, ela continuará sendo falha.