Os acidentes de trânsito constituem um grave problema de saúde pública e são responsáveis, entre as causas externas, pelo maior número de internação e óbitos, gerando perdas materiais, altos custos sociais, despesas previdenciárias e grande sofrimento para as vítimas e seus familiares. Diante desta situação, o grupo de estudos do PET-SAÚDE- Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde -UPE dedicou-se estudar a rede de assistência às emergências por acidentes de trânsito no município de Olinda/PE. O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil dos acidentes de trânsito com vítimas atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU, Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco-CBMPE e Unidades de atendimento de Urgência no município de Olinda/PE. Trata-se de um estudo transversal de cunho censitário. A população do estudo foi representada por todas as vítimas atendidas no município de Olinda pelo SAMU, CBMPE, UPA-Unidade de Pronto Atendimento e SPA-Pronto Socorro de Olinda, classificadas como acidente de trânsito, no período de julho a dezembro de 2012. Os dados foram coletados nos prontuários nas unidades estudadas e para caracterização do perfil epidemiológico das vítimas, utilizou as variáveis: sexo, idade, cor/raça, estado civil, escolaridade, ocupação, hora do atendimento, local e tipo de ocorrência. Para caracterizar o perfil clínico, foram coletadas as variáveis: área da lesão e gravidade da vítima (ECG-Escala de Coma de Glasgow como parâmetro), e também foi coletado o itinerário que a vítima percorreu a fim de definir o fluxo dentro da rede. Por meio da análise dos dados identificou que 74,84% foram do sexo masculino, 38,86% na faixa etária de 19 a 29 anos, o horário de maior pico de atendimento foi de 18 às 24h, a frequencia de atendimentos durante os dias da semana variaram de 11 a 15%, sendo o domingo o dia mais movimentado. Os acidentes envolvendo motocicletas apresentou um percentual de 72,22%, sendo a colisão a de maior frequencia representando 46,26%, dentre esse 51,63% eram condutores e 46% desses acidentados tiveram os membros afetados. Quanto à gravidade das vítimas não foi possível avaliar devido à ausência do valor da ECG em 77% das fichas analisadas. Assim, observa-se que os acidentes com motocicletas ocupam lugar de destaque por ser causadores de lesões graves, incapacidades, sequelas e em alguns casos a morte, principalmente, em indivíduos jovens, exigindo a adoção de medidas preventivas na tentativa de minimizá-los.