INTRODUÇÃO: O transplante é um procedimento cirúrgico que é realizado através de doadores vivos ou morto, após o diagnóstico de morte encefálica e perante autorização dos familiares, vigente na Lei n° 10.211/01. O transplante consiste na substituição de um órgão ou tecido doente de um receptor por outro órgão ou tecido saudável. A realização desta prática terapêutica engloba múltiplos impasses perante a sociedade na medida em que envolvem aspectos éticos, religiosos, sociais e legais determinando um déficit de transplantação de órgãos. OBJETIVO: Destacar e analisar os aspectos éticos e legais que direcionam o profissional enfermeiro acerca da doação e transplante de órgãos no Brasil. METODOLOGIA: Esta pesquisa consistiu em um relato de experiência em simulação enquanto participantes do processo de formação acadêmica através de uma experiência vivida em um projeto de extensão de Busca Ativa de Órgãos e Tecidos da OPO, realizada em todos os hospitais de referência da capital, Teresina-PI. Trata-se de um olhar qualitativo, que apresentou a problemática desenhada a partir de métodos descritivos e observacionais das experiências dos enfermeiros e acadêmico na busca de possíveis doadores de órgão e os aspectos éticos e legais presentes no desempenho das atividades dos profissionais que os envolvem. A pesquisa não necessitou da submissão para apreciação ética, por se tratar de experiência vivenciada pelos autores com base em suas reflexões. RESULTADOS: Os achados demonstram que a negativa da família em consentir na doação de órgãos, o conhecimento limitado do conceito de morte encefálica, o desconhecimento do desejo do potencial doador, a religiosidade, a demora na liberação do corpo e o medo da comercialização de órgãos se constitui como principal entrave na efetivação dos transplantes. Foi observada também a desinformação do meio médico e da população em geral, que desconhecem a legislação vigente sobre doação e transplante de órgãos. CONCLUSÃO: Os transplantes de órgãos vêm provocando inúmeros questionamentos éticos acerca da origem, forma de obtenção através da família e tipo de procedimento a ser realizado. Desta forma é de fundamental importância o preparo profissional para a comunicação do enfermeiro com as famílias, desmistificando os fatores de recusa; tendo em vista a importância que o transplante e a doação de órgãos possuem como salvadores de vidas.