Giardia lamblia é um protozoário flagelado que parasita o intestino delgado de diversos mamíferos, inclusive o de seres humanos, especialmente duodeno e jejuno. Antes dos parasitas serem eliminados junto com as fezes, sintetizam uma membrana resistente se transformando em cistos, permitindo sobreviver durante meses no ambiente externo. Uma vez alcançando um hospedeiro, os parasitas desencistam e são liberados no intestino. A infecção por ingestão de água e alimentos contendo cistos do parasita ou pelo contato pessoa-a-pessoa fecal-oral. As hortaliças comercializadas em feiras livres e consumidas in natura constituem um meio para disseminação dos cistos deste enteroparasita. E torna-se ainda mais preocupante com o crescente consumo dessas hortaliças, principalmente, em busca de uma alimentação saudável. Sabemos que a giardiose apresenta elevada prevalência e como pode afetar o desenvolvimento físico e mental em crianças, representa um problema de grande relevância em saúde pública, particularmente em países em desenvolvimento, onde ainda são insatisfatórias as condições de saneamento e de educação das populações, especialmente das classes sociais menos favorecidas. O objetivo do presente trabalho foi identificar a incidência de Giardia lamblia em hortaliças comercializadas em feiras livres no município de Crato – CE, no ano de 2015. Foi coletada uma mostra de cada hortaliça (alface, coentro e cebolinha) em cada barraca da feira livre, totalizando 39 amostras que foram acondicionadas em saco plástico estéril com zíper. Em seguida, as amostras foram levadas para o Laboratório de Microscopia da Universidade Regional do Cariri (LABMIC – URCA). Em cada amostra foi adicionado 200 mL de água destlilado, maceradas e aplicada a técnica de Hoffman, Pons e Janner. Após sedimentação por 24 horas foram analisadas três lâminas de cada amostra, coradas com lugol e observadas em microscopia óptica na objetiva de 40x. Após análises, verificou-se que 56,4% de todas as amostras estavam contaminadas com cistos de Giardia lamblia, sendo o maior índice na cebolinha (77,8 %), seguido pelo coentro (47,4 %) e, em menor percentual alface (46,7 %). Percebemos uma alta taxa de contaminação por cistos de G. lamblia em todas as hortaliças analisadas, o que representa um fator de risco para os consumidores cratenses, dessas hortaliças, se não forem tomadas medidas de desinfecção.