O Trabalho na Atenção Primária à Saúde articulado pelo enfermeiro, rico de normas e conhecimento científico, permeado pela linguagem e cultura, interage com os saberes e as práticas dos usuários, o que proporciona uma relação interpessoal que será protagonista na prevenção, promoção e reabilitação de saúde. Para esta relação, o enfermeiro pode fazer uso do conceito de tecnologias leves, assim o ser humano fica respeitado na sua subjetividade e é compreendido holística e integralmente. Dentro dessa concepção, há a exigência de que o enfermeiro disponha de capacidade diferenciada, a fim de que perceba a dinamicidade e pluralidade, que desafiam os sujeitos à criatividade, escuta, flexibilidade, acolhimento e a sensibilidade. Nesta perspectiva, o objetivo do estudo é verificar a contribuição da tecnologia leve na interação dos saberes e práticas de saúde dos usuários/família com o enfermeiro no cuidado. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, que analisa e descreve informações produzidas por outros pesquisadores de uma forma organizada e intuitiva. O levantamento bibliográfico ocorreu nas bases de dados LILACS, SCIELO, BDENF, MEDLINE, Biblioteca Virtual em Saúde - Enfermagem – BVS e no Catálogo de Teses e Dissertações da Associação Brasileira de Enfermagem e Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem – ABEn/CEPEn e manuais do Ministério da Saúde. Foram utilizadas as palavras chaves: Tecnologia leve, Cuidado de enfermagem e Usuário/família. Os artigos foram lidos de forma crítica e exaustiva, o que permitiu uma análise qualitativa dos estudos. Foram encontrados nove artigos na temática do cuidado e do uso da tecnologia leve, que apontaram que o cuidado de enfermagem na Atenção Primária à Saúde necessita do encontro do trabalhador com o usuário. Ainda, foi encontrado que as tecnológicas leves são ferramentas para interação dos saberes e práticas no cuidado. O que se busca nesse contexto é superar o tecnicismo e a superficialidade das relações produzidas em saúde. Conclui-se que a presença das tecnologias leves no processo do trabalho em saúde, objetiva a produção de ações de cuidado, que devem estar presentes nas relações de reciprocidade e de interação. Relação esta que produz um cuidado, em que há o resgate da singularidade, autonomia e cidadania.