A mortalidade fetal compreende a morte do produto da concepção ocorrida antes da sua completa expulsão ou extração do organismo materno, independentemente do tempo de gestação. O componente neonatal da mortalidade infantil reflete a qualidade dos serviços ofertados às mães e aos recém-nascidos durante o período antenatal, parto e neonatal. O presente estudo pretende avaliar a incidência da mortalidade perinatal no período de 2012 e 2013, no município do sertão central do Estado do Ceará e identificar os fatores socioeconômicos, demográficos e clínicos que contribuem para a mortalidade perinatal. Trata-se de pesquisa documental, com abordagem quantitativa. O presente estudo foi realizado em um Hospital Municipal de Médio porte e na Secretária de Saúde do referido município, através de coleta de dados nos prontuários e nas fichas de Investigação de Óbito Fetal e Neonatal, que abordou as variáveis socioeconômicas e demográficas, histórico obstétrico materno, dados da assistência pré-natal, obstétrica e neonatal e características biológicas fetais e neonatais. A análise dos dados se deu mediante alimentação na planilha do Excel e a posteriori serão analisados pelo Programa Epi Info 7.0 e apresentados em forma de gráficos e tabelas. A pesquisa obedeceu às recomendações da Resolução 466/12 e foi utilizado o termo de fiel depositário. As mulheres analisadas no estudo apresentaram idade média de 25,6 anos (DP ± 8,64), variando de 15 a 45 anos. Estas mulheres eram todas de cor parda, com prevalência do ensino fundamental (76%), não foi possível identificar o estado civil (84%) e ocupação profissional de agricultora (96%). Quanto à residência, a maioria estava na zona rural (60%). A maioria das mulheres realizaram o pré-natal (92%), sendo em sua totalidade nas Unidade Básica de Saúde. As intercorrências mais comuns na gestação foram hipertensão e hemorragia, ambas com 24%. Quanto ao tipo de óbito, prevaleceu o fetal (72%). Dentre as causas de morte, destaca-se a anóxia intra-uterina (28%). As intercorrências respiratórias foram as mais comuns do óbito não-fetal. Quanto ao local do óbito, prevaleceu na instituição hospitalar (96%). Constata-se uma ineficácia nas ações e estratégias de acompanhamento pré-natal, parto e pós-parto. Se faz necessário corrigir essa existente debilidade no que diz respeito à técnica, conhecimento e capacidade de enfretamento dos profissionais perante tais ocorrências.