INTRODUÇÃO: A Gangrena de Fourier consiste em uma infecção polibacteriana que acomete progressivamente a região genital e perineal promovendo a necrose dos tecidos. É predominante em homens e a mortalidade varia entre 3 a 67%. O tratamento baseia-se em procedimento cirúrgicas, antibioticoterapia e na realização de curativos para promover a cicatrização. OBJETIVO: Avaliar o custo-benefício do tratamento tópico da Gangrena de Fournier em paciente do sexo feminino. METODOLOGIA: Estudo de caso, descritivo realizado no período de fevereiro a maio de 2015 em um serviço público. A coleta dos dados foi realizada através de formulário para acompanhamento das trocas de curativo, mensuração do comprimento e largura da lesão, registro fotográfico e custo do tratamento tópico. As normas nacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos foram respeitadas e obteve aprovação sob parecer número 922.381. RESULTADOS: S.L.F. 45 anos, sexo feminino, do lar, com Gangrena de Fournier iniciada após tricotomia em região genital e necessidade de internação hospitalar para desbridamento cirúrgico, antibioticoterapia e tratamento da ferida. Ao ser avaliada pelo enfermeiro, a lesão se estendia da região genital ao retroperitônio direito, com exsudação abundante, presença de esfacelo no leito da ferida e diagnóstico de enfermagem: medo, dor e ansiedade relacionada a injuria tecidual evidenciado pela expressão física e relato verbal. A ferida inicial mensurava 367,5 cm2 e optou-se para o tratamento tópico carvão ativado com prata, seguido de alginato de cálcio com resposta satisfatória. Após 16 trocas de curativos apresentava área de lesão de 24,5 cm2. O custo do tratamento com materiais para o curativo tópico foi de R$ 590 reais com média de R$ 36,87 reais por ferida. O valor gasto foi superior ao desembolso do SUS (R$518,14) haja vista pagamento de curativo grau II ser de R$ 32,40 por ferida o que se constituiu um déficit de R$71,86. A utilização correta das coberturas permitiu a absorção do exsudato, redução de trocas e cicatrização rápida. Observou-se após terceira troca aumento significativo da autoestima, qualidade de vida e satisfação da pacientes em relação à assistência prestada. CONCLUSÃO: Houve custo beneficio no tratamento devido a redução da área da ferida, melhora da autoestima e redução da ansiedade e medo de morte da paciente embora, o desembolso do SUS seja inferior ao custo de materiais utilizados do tratamento de feridas.