INTRODUÇÃO: A inserção do adolescente ao serviço de saúde ainda é considerada como uma dificuldade para os profissionais de saúde. Isso ocorre devido à ausência de ações ou programas voltados especificamente para essa faixa etária na estratégia saúde da família. O programa saúde na escola contribui para que os profissionais da saúde, principalmente o enfermeiro, desenvolva estratégias para integrar os adolescentes nos serviços de saúde, através de articulação com a escola, onde este grupo frequenta. OBJETIVO: Discutir a utilização do programa saúde na escola para acesso do adolescente nos serviços de saúde. METODOLOGIA: Pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa desenvolvida com 13 enfermeiros da estratégia saúde da família do município de Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil. A coleta de dados realizou-se nos meses de novembro de 2012 a janeiro de 2013 através de uma entrevista semiestruturada após assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As informações colhidas foram analisadas a partir da Análise de Conteúdo e discutidas a partir da literatura pertinente. Seguiu-se as recomendações éticas da Resolução 466/12 e submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com aprovação através do parecer nº 93.594 e CAAE 03604912.0.0000.5294. RESULTADOS: Os profissionais de saúde utilizaram o programa saúde na escola para esclarecer temas voltados à sexualidade como gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis o que favoreceu a procura dos adolescentes na unidade de saúde. Também, a realização de ações intersetoriais foi discutida pelos profissionais como uma oportunidade de aproximação desse grupo a partir da educação em saúde, o que possibilita extrapolar o campo da saúde. E a necessidade de articulação com a escola para conhecer a realidade dos adolescentes inseridos neste espaço para desenvolver ações concretas que atinjam essa população foi apontada como indispensável para o acesso. CONCLUSÕES: Identifica-se que o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde tem sido pautado pela educação em saúde a partir de temáticas sobre sexualidade, entretanto nota-se desafios para consolidar esse grupo. Assim, é preciso que os profissionais desenvolvam práticas de saúde específicas que contemplem o adolescente na unidade básica de saúde.