As instituições hospitalares estão cada vez mais preocupadas em garantir uma assistência de qualidade a seus pacientes. Nesse sentido, a segurança do paciente tem obtido destaque com a implantação de medidas de prevenção a eventos adversos como os danos causados aos clientes, decorrentes da assistência à saúde. Dentre a equipe multidisciplinar, o enfermeiro encontra-se como um dos principais profissionais empenhados na prevenção dos riscos. Este estudo teve como objetivo principal identificar a concepção da equipe de enfermagem sobre os possíveis riscos à segurança dos pacientes internados numa unidade cirúrgica em um hospital público do Sudoeste do Paraná. Para tanto, constituiu-se uma amostra de 26 sujeitos, sendo dois enfermeiros e vinte e quatro técnicos de enfermagem que atuam na unidade de internação cirúrgica, selecionados de acordo com a sua disponibilidade em participar da pesquisa. Os aspectos éticos foram respeitados, seguindo critérios da Resolução 466/12, sendo aprovado através do Parecer 573.530, em 27/03/2014 e tendo colhido a assinatura dos componentes da amostra no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram realizadas entrevistas, estas gravadas e posteriormente transcritas pela pesquisadora. Os resultados foram descritos a partir de Análise de Conteúdo proposta Bardim (2011). Os profissionais entrevistados relataram a existência de diversos riscos à segurança do paciente em sua unidade de trabalho, estando entre os principais citados o risco de queda e infecção, seguido de erros relacionados a medicações e negligência ou imperícia da equipe multidisciplinar. Em relação ao conhecimento dos sujeitos entrevistados sobre a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 36/2013, verificou-se que 80,2% não a conheciam. Acerca da criação do Núcleo de Segurança do Paciente, 46,1% afirmaram a inexistência na instituição, 46,1% não souberam dizer se existia e apenas 7,7% relataram a existência do Núcleo. Conclusão: A equipe de enfermagem reconhece os principais riscos à segurança do paciente e aparentemente, estes riscos são iminentes na instituição pesquisada. Existem, na instituição, rotinas e procedimentos assistenciais padrões para prevenção destes riscos, porém os resultados sugerem que não são utilizados na sua totalidade.