Introdução: A gestão do cuidado de enfermagem é um processo interpessoal que envolve ações como planejar, avaliar, organizar, liderar e controlar, com atividades intrinsecamente ligadas ao processo de trabalho de enfermagem. Gerenciar o cuidado de enfermagem implica em articular as esferas administrativa, assistencial, educativa e de pesquisa, ou seja, conciliar ações de cuidado direto e indireto ofertadas ao paciente. Nessa perspectiva o gerenciamento do tempo do cuidado de enfermagem emerge, como ferramenta capaz de organizar o serviço, instrumentalizar e operacionalizar a tomada de decisão permitindo dentre outras a melhoria na qualidade da assistência. Objetivos: Analisar a relação entre as intervenções mais frequentes de cuidado direto e indireto na assistência a criança/adolescente hospitalizados. Método: Trata-se de um estudo observacional, exploratório de caráter quantitativo realizado com oito enfermeiras que atuam na Clínica Pediátrica de um Hospital Escola de João Pessoa-PB, no período de dezembro de 2012 a janeiro de 2013. Os dados foram coletados com auxilio de um check-list contendo intervenções desenvolvidas a partir da CIPE®. A análise foi realizada por estatística descritiva com auxílio do software SPSS. O estudo foi aprovado no Comitê de ética em pesquisa sob o protocolo nº 0436/12 CAAE: 08889412.0.0000.5188, atendendo, assim, os princípios éticos estabelecidos na Resolução do CNS 466/2012 e na Resolução COFEN nº 311/2007. Resultados e discussão: As intervenções de cuidado indireto (CI) demandaram mais tempo (3990 min) do que as de cuidado direto (CD) (1670 min). No cuidado direto e indireto as intervenções que mais consumiram tempo da enfermeira relacionam-se a informação em saúde (CD 260 min e CI 1680 min), seguida pela segurança do paciente (CD 890 min e CI 1570 min). Nos cuidados indiretos a intervenção relacionada à organização do serviço (740 min) também teve destaque, bem como a referente à avaliação do estado mental da criança/adolescente (520 min) no âmbito do cuidado direto. Conclusão: A pesquisa demonstra a necessidade de um dimensionamento adequado das equipes no intuito melhorar o equilíbrio entre o tempo que o enfermeiro dispende entre o cuidado direto e indireto. Consta-se que apesar das ações de enfermagem estarem centradas em atividades indiretas, as mesmas tem como foco a gerencia das ações diretas e, por conseguinte, um cuidado mais efetivo.