Anais - 18º CBCENF
Resumo
Título:
ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DIANTE DOS MAUS-TRATOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Relatoria:
KAROLINY COSME PIMENTA
Autores:
- Lívia Catunda Almeida
- Nayara da Silva Arruda
- Gracyelle Alves Remigio Moreira
- Luiza Jane Eyre de Souza Vieira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo:
Monografia
Resumo:
Os maus-tratos vêm atingindo um crescente número de crianças e adolescentes, de todas as idades e sexos, constituindo-se um fenômeno extremamente grave do ponto de vista social e de saúde pública em vários países, inclusive no Brasil. Os reflexos da violência são nitidamente percebidos no âmbito dos sistemas de saúde, seja pelas mortes, traumas físicos e agravos mentais decorrentes do ato; pelo comprometimento da qualidade de vida dos indivíduos; pelos custos econômicos com tratamento e reabilitação; ou pela necessidade de reorganização das práticas de saúde. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo analisar a atuação dos enfermeiros diante dos casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes. Estudo transversal realizado com 616 enfermeiros que trabalhavam na Atenção Primária à Saúde de 85 municípios cearenses, nos anos de 2010 a 2012. Foi utilizado um questionário contendo 32 questões referentes a dados sociodemográficos, formação profissional, instrumentação e conhecimento sobre o tema, identificação e notificação de maus-tratos para a coleta das informações. Os dados foram analisados no programa SPSS, versão 16.0. Predominaram enfermeiros do sexo feminino (86,4%), com faixa etária de 21 a 32 anos (60,1%), não casados (51,7%), com cinco ou mais anos de formado (59,2%), com pós-graduação (83,1%) e com cinco ou mais anos de trabalho (52,4%). Dos participantes, 56,9% relataram não ter identificado casos de maus-tratos na sua prática profissional, enquanto 43,1% afirmaram positivamente. Quanto à notificação das situações identificadas, 58,4% não notificaram as ocorrências. A maior parte dos enfermeiros afirmou saber para onde encaminhar os casos (76,8%), citando o Conselho Tutelar como local indicado (49,7%). Entretanto, 79,0% dos participantes mencionaram não conhecer instituição de apoio às vítimas. Esses resultados refletem que a atuação dos enfermeiros diante dos maus-tratos ainda ocorre de forma limitada, o ato de identificar e notificar os casos é incipiente, ocorrendo de forma casual e não sistemática. Recomenda-se investimento na abordagem do tema nas matrizes curriculares das graduações e pós-graduações, assim como na educação permanente nos serviços, favorecendo uma melhor preparação dos profissionais para atuarem no enfrentamento da violência.