Nas instituições hospitalares, a mais importante responsabilidade dos profissionais de enfermagem é assegurar aos pacientes uma assistência livre de imprudência, imperícia ou negligência. Desse modo, dentre as atribuições mais evidentes destes profissionais, a administração de fármacos, quando realizada sem o devido esmero, pode ocasionar erros, muitas vezes gravíssimos, trazendo sérias consequências aos pacientes, profissionais e instituições de saúde. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de profissionais de enfermagem atuantes em uma instituição hospitalar pública quanto às responsabilidades jurídicas e éticas envoltas na administração de medicamentos. Realizou-se um estudo avaliativo, exploratório, com abordagem quantitativa e qualitativa. O cenário do estudo foi o município de Caxias (MA), sendo que foram aplicados questionários a 162 profissionais de enfermagem atuantes no Hospital Geral Municipal. Quanto aos dados quantitativos, compôs-se um banco de dados, que foram digitados no software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS posteriormente, consolidados por meio das técnicas de estatísticas descritivas. Além da realização de testes estatísticos como o Chi-quadrado (X2) de Pearson. Os dados qualitativos foram submetidos à Análise Temática. Procedeu-se à discussão dos achados com base na literatura produzida sobre o tema. Constatou-se que os profissionais de enfermagem atuantes no HGM necessitam de maior aprofundamento científico acerca do Código de Ética da Profissão. Verificou-se que o conhecimento dos enfermeiros acerca das responsabilidades frente aos erros de medicação foi superior ao dos técnicos e auxiliares de enfermagem e que a advertência verbal foi a principal conduta adotada para responsabilizar os profissionais envolvidos. O estudo indica que o conhecimento acerca do direito e da deontologia são essenciais para a profissão da enfermagem, pois subsidiam o embasamento teórico e propiciam um fazer com resultados efetivos. Sugerem-se a adoção de práticas profissionais baseadas em protocolos e evidências clínicas, o incentivo à notificação de erros na administração e medicamentos, não apenas para punir ou culpabilizar profissionais, mas para se instigar a abertura ao aprender a partir das falhas, além de incentivar a discussão dos casos, tornando a assistência mais segura para o paciente e para os trabalhadores.