O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Autismo é um problema global do desenvolvimento, caracterizado por alterações qualitativas nas interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, repetitivo e estereotipado. Apresenta maior prevalência no sexo masculino e na maioria dos casos, manifesta sintomas nos primeiros três anos de vida da criança. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento e as práticas de enfermeiros e médicos atuantes na Atenção Primária à Saúde acerca do acompanhamento do desenvolvimento infantil, com ênfase no Transtorno do Espectro Autista. Trata-se de um estudo avaliativo, exploratório, com abordagem mista, qualiquantitativa. O cenário desta investigação foram as Unidades Básicas de Saúde do município de Caxias-MA. A coleta de informações ocorreu mediante a realização de uma entrevista semiestruturada e também por meio da aplicação de um formulário estruturado a 85 médicos e enfermeiros atuantes na Atenção Primária à Saúde (APS). Após a realização e transcrição das entrevistas, as respostas foram submetidas à Análise de Conteúdo, optando-se pela Análise Temática. Os dados quantitativos, oriundos dos formulários, foram digitados no software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, e, posteriormente foram consolidados por meio das técnicas de estatísticas descritivas, procedendo-se a discussão dos achados com base na literatura produzida sobre o tema. Verificaram-se que 79% dos sujeitos não sabem descrever os sinais de alerta para o Autismo; 76,5% não utilizam instrumentos de triagem para detecção precoce de sinais de atraso no desenvolvimento. Quanto aos dados qualitativos, criaram-se três Categorias: Identificação de atraso de desenvolvimento e conduta realizada; Uso de instrumentos de triagem para identificar atraso no desenvolvimento; Sinais sugestivos de Transtorno do Espectro do Autismo. Enfatiza-se a necessidade de enfermeiros, médicos e demais profissionais da Atenção Primária desenvolverem ações que possibilitem o diagnóstico precoce de atrasos no desenvolvimento, sobretudo quanto aos sinais de Autismo, além de fazerem o acolhimento desse paciente e da família e acompanhamento da evolução do caso.