Anais - 18º CBCENF
Resumo
Título:
O CUIDADO E O MORRER: COMPREENSÃO DE PESSOAS VIVENDO COM AIDS
Relatoria:
DÉBORA THAISE FREIRES DE BRITO
Autores:
- Thaysmara Martins Alves
- Irys Karla Cosmo Pereira
- Glenda Agra
- Marta Miriam Lopes Costa
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo:
Monografia
Resumo:
O cuidado e a terapia antirretroviral (ARV) são os instrumentos principais que a equipe de enfermagem possui para assistir, de forma integral, o cliente que vive com a Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS). Contudo, apesar dos avanços das novas terapêuticas ARV e da política brasileira de distribuição de medicamentos, ainda existem algumas dificuldades que facilitam a progressão da doença, desencadeando sinais e sintomas negativos, bem como um turbilhão de sentimentos decorrente do estigma que a doença causa. Nessa perspectiva, a equipe de enfermagem precisa dar suporte a esses pacientes, desenvolvendo habilidades humano-interativas e técnico-instrumentais, bem como exercer novos processos adaptativos a fim de compreendê-los como seres únicos, envolvidos em um processo amplo e interativo. Nesse caminhar, o objetivo desse estudo é compreender como os pacientes vivendo com AIDS que experiencia o processo de morrer percebem o cuidado que lhe é efetuado pelos (as) profissionais de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida com 20 pacientes internos no Complexo Hospitalar Clementino Fraga no município de João Pessoa (PB), realizada durante o período de março a junho de 2013, sob CAAE nº 11894113.7.0000.5182. Para a análise do material empírico, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. A maioria dos participantes era do sexo masculino (65%), com idade entre 26 a 35 anos (45%), solteiros (60%) e com renda familiar de até um salário mínimo (70%). A maioria tinha concluído o ensino fundamental (55%), 75% eram desempregados e 45% eram católicos. Após a leitura das falas, emergiram as seguintes categorias: “Percebendo o cuidar como possibilidade de dedicação”; “Percebendo o cuidar de forma positiva e negativa” e “Vivenciando o temor diante do processo de morte e morrer”. Verificou-se que os participantes reconhecem que a dimensão afetiva do cuidado que lhes é prestado tem grande influência sobre o seu bem estar subjetivo. Contudo, ressalta-se que há muito que se fazer para que a humanização e a sensibilização do cuidado sejam implementadas de forma efetiva no exercício prático dos profissionais de saúde que trabalham com pessoas que vivem com AIDS. Infere-se ainda que estudos futuros possam investigar de forma mais sistemática a qualidade da formação acadêmica no que tange à humanização e demais aspectos subjetivos que permeiam à prática do cuidado dirigido aos pacientes que convivem com a difícil realidade da AIDS.