INTRODUÇÃO: Abordar o tema morte é um desafio, tendo vista o tabu que este termo carrega. Especialmente na área da saúde, onde todas as ações são voltadas para o viver, a morte traz consigo o estigma de fracasso, de impotência, onde os atos realizados para manutenção da vida foram ineficazes. OBJETIVO: Compreender o significado da morte e do morrer no cotidiano de profissionais de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, realizada em um hospital público do município de Cuité-PB com enfermeiros assistenciais. Participaram do estudo 11 enfermeiros assistenciais do referido hospital. A coleta de dados realizou-se no mês de junho de 2013. A Análise de Conteúdo Temática foi a técnica utilizada para análise dos dados. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Universidade Federal da Paraíba, cujo CAAE é 12598613.5.0000.5188. RESULTADOS: Após as transcrições e análise do material, emergiram quatro categorias: “Aprendendo a lidar com a morte”; “Cuidando da família durante o processo de morte e morrer do ente querido”; “Oferecendo conforto ao paciente vivenciando a terminalidade”; “Valorizando o cuidado humanizado ao paciente em fim de vida”. CONCLUSÕES: O estudo permitiu identificar o significado do processo de morte e morrer e as intervenções desenvolvidas pelos enfermeiros participantes da pesquisa para promover uma morte digna aos seus pacientes. Ficou evidente que os enfermeiros apresentam opiniões divergentes no que se refere ao significado da morte. Outro aspecto relevante que foi apontado pelos enfermeiros é que, ao longo da academia, o curso não contemplou nenhuma disciplina que abordasse o tema morte, com destaque, diante de sua complexidade e magnitude. Nesse sentido, é necessário que haja uma reformulação dos currículos dos profissionais de saúde, em especial, o Curso de Enfermagem, nos quais, ainda hoje, percebe-se enfoque maior na área curativa em detrimento da assistência preventiva e paliativista. Algumas questões receberam destaque nos depoimentos dos enfermeiros participantes da pesquisa, que apresentaram formas de intervir para promover uma morte digna: oferecer cuidado à família nos aspectos psicológicos e emocionais, promover conforto físico ao paciente que vivencia sua terminalidade e a viabilizar o cuidado humanizado.