INTRODUÇÃO: Diante do fenômeno brasileiro do envelhecimento populacional evidenciado nas últimas décadas, as perspectivas apontam para um futuro crescente de institucionalização de idosos, haja vista a incompatibilidade da estrutura social e assistência familiar. No entanto, culturalmente a inserção de idosos em Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) ainda é cercada de diversos preconceitos, sobretudo pelo estereótipo associado ao abandono de idosos incapazes, dependentes e doentes, o que não condiz plenamente com a realidade. OBJETIVO: relatar a experiência de acadêmicos do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande diante da expressão dos sentimentos de idosos no processo de adaptação em uma ILPI no município de Cuité – PB. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiência construído por meio de vivências na ILPI, especificamente através de observações comportamentais e temperamentais, além de escutas sensíveis aos relatos dos idosos institucionalizados. RESULTADOS: A entrada na instituição para aqueles idosos, que muitas vezes não estão ali por vontade própria, muitas vezes torna-se motivo de revolta, uma vez representar completa mudança no cotidiano e principalmente a perda da autonomia. O período inicial é sempre considerado mais crítico para o idoso, demostrando nesse intervalo de adaptação sentimentos como raiva, tristeza, angústia e solidão, associados ao comportamento de negação. Por vezes apresentam características depressivas e até mesmo agressivas, decorrentes do sentimento de revolta pela interrupção do curso de vida conforme o seu desejo e adequação às regras do contexto da institucionalização. Com o avançar do tempo, gradativamente, os idosos vão adaptando-se à rotina e ao convívio com os demais integrantes da instituição, desde moradores até os cuidadores. CONCLUSÃO: É evidente o impacto causado por uma institucionalização indesejada. Em contraponto, apesar dos sentimentos negativos expostos a priori pelos idosos, é notável a capacidade de adaptação destes no contexto diferente do seu habitual, permitindo ao longo do tempo um convívio saudável e participativo dentro da ILPI, que pela assistência prestada, lhes garantem uma satisfatória qualidade de vida.