Anais - 18º CBCENF
Resumo
Título:
PROPORÇÃO DE ENFERMEIROS COM CARGA HORÁRIA DE TRABALHO SEMANAL ACIMA DE 40 HORAS SEGUNDO AS REGIÕES DO BRASIL
Relatoria:
BRUNO LUCIANO CARNEIRO ALVES DE OLIVEIRA
Autores:
- ALÉCIA MARIA DA SILVA
- KELVYA FERNANDA ALMEIDA LAGO LOPES
- NATÁLIA PEREIRA MARINELLI
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Ética, legislação e trabalho
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O setor saúde é um ramo importante da economia brasileira e conta com uso intensivo e diversificado de mão de obra. A enfermagem atualmente é a profissão mais frequente entre todas as que compõem o mercado de trabalho do setor saúde brasileiro. Porém, ainda se caracteriza por ter uma carga horária de trabalho semanal excessiva e desproporcional a de outras profissões da saúde de nível superior. Objetivo: Descrever a distribuição de enfermeiros inseridos no mercado de trabalho com carga horária semanal maior do que 40 horas no trabalho principal segundo as macrorregiões geográficas do Brasil nos anos de 2002, 2005 e 2009. Metodologia: Estudo transversal baseado nos dados on-line das Pesquisas de Assistência Médico-Sanitária realizadas nos anos 2002, 2005 e 2009 pelo IBGE. O estudo incluiu 368.177 enfermeiros (88.952 em 2002, 116.126 em 2005 e 163.099 em 2009). A distribuição dos enfermeiros foi apresentada por meio de frequências absolutas e percentuais. Estimaram-se as proporções de enfermeiros segundo as regiões geográficas do país nos anos de 2002, 2005 e 2009. Para comparar essas proporções utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson (?=5%). Resultados: A enfermagem foi a única das profissões da saúde de nível superior nos três anos avaliados e em todas as regiões do país que apresentou (p<0,001) maior proporção de profissionais com carga horária de trabalho maior do que 40 horas semanais no emprego principal. As proporções de enfermeiros aumentaram de 44,8% em 2002 para 49,2% em 2005 e atingiram 50,5% em 2009. Essas proporções foram duas vezes maiores do que as observadas para médicos e odontólogos. Cresceu significativamente (p<0,001) ao longo dos anos avaliados a proporção de enfermeiros que trabalham mais de 40 horas no emprego principal em todas as regiões do Brasil. Em todos os anos e em todas as regiões essas proporções foram maiores do que 41,4%. Os maiores percentuais ocorrem nas regiões Norte, Centro-oeste e Sul e menores no Nordeste e Sudeste. Conclusão: Observou-se que a enfermagem permanece com carga horária de trabalho desfavorável em relação às demais profissões de saúde de nível superior no inicio dos anos 2000. Essa desigualdade aumentou ao longo dos anos avaliados em todas as regiões e indicam a urgente necessidade de se enfrentar os artifícios de mercado operadas por instituições públicas e privadas que mantém a enfermagem com jornada de trabalho excessiva,desgastante e pouco remunerada.