Introdução: Tracoma é uma doença infecciosa ocular causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, sendo essa a principal causa de cegueira evitável no mundo. Dado o aspecto histórico da doença, cujas primeiras evidências surgiram no século XXVII a.C. e, mais tarde, relatada por médicos egípcios no século XIX a.C., tracoma tem desaparecido nos países desenvolvidos, mas ainda afeta comunidades em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Nessa perspectiva, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) têm se engajado em erradicar tracoma no mundo até 2020. Objetivo: Realizar um levantamento bibliográfico acerca da prevalência de tracoma no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico de natureza exploratória em que se utilizou os descritores “Tracoma”, “Chlamydia trachomatis” e “Prevalência” verificados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), buscando-se artigos científicos nos bancos de dados PubMed, LILACS e EMBASE, além de relatórios oficiais do Ministério da Saúde. Como critério de inclusão, incluiu-se os estudos em seres humanos e aqueles que evidenciaram a prevalência de tracoma em determinada população. Nos critérios de exclusão, encontram-se pesquisas que apresentaram Chlamydia trachomatis como causa de doença sexualmente transmissível. A filtragem de artigos se deu primariamente pela detecção de duplicados, por título e resumo e, em seguida, pela leitura do texto completo e relevância em relação ao tema. Resultados: Encontrou-se um total de 466 artigos, quando aplicados os critérios de seleção e dada a filtragem das publicações, resultou-se em um total de 82 artigos. A literatura apresenta tracoma como prevalente em todos os estados brasileiros na última década e, obviamente, em anos anteriores, em muitos dos quais o agravo é endêmico (prevalência maior que 5%). O número de publicações científicas que tratam da doença no país é reduzido, o que dificulta a análise situacional de tracoma no Brasil. Conclusão: A literatura sugere que o Brasil apresenta indícios de que não alcançará a meta da OMS de erradicar tracoma até 2020, dado o seu caráter histórico, as condições sanitárias na maioria das regiões do país e o curso da doença e tratamento. Nesse contexto, o aumento do número de publicações favoreceria a ampliação do conhecimento em relação à situação atual da doença além da implementação de ações de prevenção, promoção e reabilitação da saúde.