Introdução: O Brasil está envelhecendo. Em 2010, a população brasileira era de 190.755.799 habitantes, dos quais 20.590.599 eram idosos (idade ≥, 60 anos), o que corresponde a aproximadamente 10,8% da população. Ao mesmo tempo, a expectativa de vida no país vem crescendo, passando de 62,5 anos em 1980 para 74,9 em 2013. Nesse contexto, emergem preocupações em relação à saúde do idoso ante ao também crescente número de idosos vítimas de maus-tratos, questão que na prática de saúde deveria ser abordada pelas ciências forenses. Objetivo: Descrever o panorama de maus-tratos ao idoso no Brasil e peculiaridades inerentes a vítimas, agressores e agressão na perspectiva da enfermagem forense na prevenção e promoção da saúde do idoso. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória com a utilização dos descritores: Maus-Tratos ao Idoso, Serviços de Saúde para Idosos e Enfermagem Forense verificados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), em que se buscou suporte em artigos científicos indexados nos bancos de dados PubMed, LILACS e SCIELO, sem restrição de ano ou idioma, que tratassem da temática no território nacional, além da literatura estrangeira não-indexada, dada a ausência de publicações em Enfermagem Forense no Brasil. A coleta dos dados se deu entre maio e julho de 2015. Resultados: O Brasil tem se sensibilizado em relação a violência contra idosos, que tem se tornado uma preocupação de setores de saúde e governo, os quais têm desenvolvido políticas de atenção à saúde do idoso no seu contexto biopsicossocial. Os envolvidos em abuso ainda são hesitantes em reportar ocorrências. As vítimas são homens e mulheres com idades geralmente entre 65 e 74 anos, casados, independentes nas atividades da vida diária, com baixa autoestima e socialmente isolados. Os agressores são, usualmente, o promotor de cuidados (filhos, cônjuge ou outros membros da família) e majoritariamente do sexo masculino e financeiramente dependente da vítima. As consequências de agressões contra o idoso são de caráter físico e psicológico. O número de publicações sobre abuso de idosos no país é diminuto e ferramentas para abordar essa questão na prática de saúde não são tão eficazes ante a pouca exploração das ciências forenses, principalmente na área de Enfermagem. Conclusão: A enfermagem forense desempenha um papel importante na prevenção, promoção e recuperação da saúde do idoso vítima de maus-tratos, entretanto, essa ciência permanece ausente na prática de saúde brasileira.