A diminuição na ocorrência das doenças infecciosas, combinada com as mudanças nos hábitos de vida da população brasileira, deu lugar ao aumento das doenças crônicas não transmissíveis (BARROS et al., 2011). Nesse contexto assume importância a hipertensão já que favorece o surgimento de doenças crônicas ao comprometer órgãos nobres, como o coração, encéfalo, rins, retina e vasos sanguíneos (SCHMIDT et al., 2011). Diante da associação entre hipertensão e estilo de vida como fator de risco para o incremento da morbimortalidade por doenças cardiovasculares (DCV), este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de identificar os hábitos de vida de indivíduos com hipertensão arterial sistêmica (HAS). Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, de corte transversal e abordagem quantitativa realizado nas Estratégias Saúde da Família (ESF) do Distrito Sanitário II (DS II) do município de Recife-PE no período de janeiro a março de 2014. Participaram do estudo 198 hipertensos com idade igual ou superior a 18 anos, com diagnóstico médico de hipertensão e em uso de medicação anti-hipertensiva. As variáveis foram apresentadas com recursos da estatística descritiva. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa pelo CAAE de nº 17359213.6.0000.5192. Foi possível notar a participação de um número maior de mulheres 150 (75,76%). A média de idade da população amostral foi de 58,82 anos. Os hipertensos do sexo masculino tiveram média de idade de 58,39 anos e os do sexo feminino 60,17 anos. 122 (61,61%) indivíduos da amostra relataram não praticar atividade física. Quanto ao uso de tabaco, 26 (13,13%) hipertensos da amostra afirmaram ser tabagistas. Em relação ao consumo de álcool, 141 (71,21%) hipertensos da amostra não consomem. A maioria da amostra, 103 (52,02%), relatou consumir frutas, verduras e legumes todos os dias. O consumo de carne/ ovos foi maior na frequência de duas a três vezes por semana para 59 (29,80%) hipertensos. Em relação ao consumo de peixe 92 (46,46%) relataram consumi-lo de uma a quatro vezes ao mês. Ainda foram identificados hipertensos, 20 (10,10%), que faziam uso adicional de sal durante as refeições depois de preparadas. Hábitos de vida prejudiciais para a saúde do hipertenso foram identificados, em especial no que se refere a não prática de atividade física, uso de tabaco, álcool e sal, evidenciando a necessidade da realização de ações que possam conduzi-los a melhores níveis de saúde e qualidade de vida.