INTRODUÇÃO: as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) englobam todas as doenças de transmissão sexual. Após o início da epidemia da AIDS, este grupo de doenças adquiriu maior relevância, devido ao aumento do risco de contaminação pelo HIV dos/as portadores/as, estando entre os problemas de saúde pública mais frequentes mundialmente. São consideradas situações de emergência nos serviços de saúde, deixando de ser uma atenção apenas curativa, passando a ter caráter preventivo, com foco no rompimento na cadeia de transmissão, do surgimento de outras complicações e de recorrências. Para a detecção precoce e instituição do tratamento oportuno, se faz necessário reconhecer os sinais e sintomas visualizados e expressos pelo/a usuário/a durante a anamnese. Neste sentido, o direcionamento vigente para o diagnóstico e tratamento oportuno deve ser realizado por meio da Abordagem Sindrômica (AS), que consiste em avaliar o problema de saúde apresentado a partir de sinais e sintomas, com base em fluxogramas que direcionam a conduta adequada, não sendo necessários exames laboratoriais confirmatórios para iniciar o tratamento imediato. OBJETIVO: o presente trabalho objetiva refletir acerca da implementação da AS nas consultas ginecológicas realizadas por enfermeiras/os na atenção básica. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiência, de discentes do curso de enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, integrantes do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde e Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PRÓ/PET-SAÚDE) em unidades básicas no município de Lagoa Seca-PB, que acompanharam as realizações dessas consultas no período de setembro de 2012 a junho de 2013. RESULTADOS: observou-se que as/os profissionais não desenvolvem a estratégia da AS, restringindo o atendimento ao público feminino, realizado durante a coleta de material para colpocitologia, optando por instituir o tratamento apenas após o resultado da microbiologia positiva constante no laudo do exame preventivo do câncer de colo. CONCLUSÃO: as ações da atenção em ISTs devem envolver atividades de aconselhamento, educativas e clínicas (Abordagem Sindrômica). A implementação da AS deve ser realizada tanto na consulta ginecológica como na consulta de enfermagem, englobando assim o público masculino. Necessita ser ofertado aos profissionais, conhecimento sobre o manejo sindrômico, insumos necessários e, principalmente, investimentos na capacitação profissionais.