Este resumo baseia-se na experiência do estágio de acadêmicos de Enfermagem e Terapia Ocupacional na Atenção Básica no âmbito do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde-Vigilância em Hanseníase. No que diz respeito a essa patologia, o projeto desenvolve ações de vigilância, prevenção e controle da doença, visto que esta se caracteriza como uma enfermidade milenar, que carrega desde os tempos bíblicos estigmas que dificultam a adesão ao tratamento, devido à aparência física do doente quando não tratado. Por conta disso, o projeto contribui para a melhoria dos resultados dos indicadores operacionais/epidemiológicos, auxiliam a reduzir o preconceito e contribuem na concretização de abordagens abrangentes sobre percepção dos processos saúde /doença e o entendimento biopsicossocial dos usuários nesse nível de assistência. Este trabalho objetiva relatar a experiência vivenciada em janeiro de 2014 na Estratégia Saúde da Família do município de Belém, pelos acadêmicos da Universidade do Estado do Pará, ao atender um paciente com diagnóstico de hanseníase wirchowiana que chegou à unidade para iniciar tratamento e relatou que há quatro anos percorria o serviço de saúde privado com uma mancha avermelhada em membro inferior direito. Durante esse percurso, alguns diagnósticos errôneos foram previstos; tais como erisipela e/ou má circulação. Porém, não obteve melhora no quadro, percebendo queimaduras ao longo do corpo, perdas de sandálias enquanto caminhava e alguns outros sinais consequentes da perda de sensibilidade. Logo, após apresentar diversas sequelas físicas, lhe foi solicitado biopsia, onde obteve seu diagnóstico tardio de Hanseníase Multibacilar. Este relato nos leva à reflexão de como a hanseníase ainda é negligenciada, por múltiplas razões, destacando-se aqui a demora no diagnóstico, o que acaba não só por gerar incapacidades físicas no paciente, como também aumentar as chances de outras infecções e disseminação nos contatos, fato este que deveria ser minimizado por ter-se estabelecido um tratamento com real chance de cura em nosso país. Através deste estudo pode-se concluir a importância do trabalho de educação em saúde realizado pelo PET Vigilância em Hanseníase, considerando que o tratamento dessa patologia transcende as questões biológicas, envolvendo ainda questões sociais e culturais, necessitando de ações efetivas de sensibilização e esclarecimento com a comunidade para que esta possa realizar seu autocuidado e tão logo buscar assistência.