O fígado realiza funções vitais como a metabolização de substâncias, promovendo a desintoxicação do organismo. Suas principais células são os hepatócitos e possíveis danos a estas células comprometem essa função. O etanol presente nas bebidas alcoólicas é potencialmente lesivo. Seu consumo excessivo pode causar infiltração anormal de gordura no fígado (esteatose hepática alcoólica), pois seus metabólitos são altamente reativos e alteram o processamento dos lipídeos. O fígado gorduroso é preocupante porque pode progredir para situações mais graves, até irreversíveis como a cirrose. O presente estudo objetiva compreender o processo fisiopatológico da gênese da esteatose hepática alcoólica, através de uma revisão sistemática de literatura. Foram utilizadas as bases de dados online LILACS e SciELO, em abril de 2014. Foram encontrados 50 estudos com os descritores: Fígado gorduroso, etanol e cirrose hepática. Destes, 15 se mostraram pertinentes, tendo como critérios de inclusão textos nacionais com até cinco anos de publicação, que abordassem sobre as consequências nocivas do álcool a nível hepático. Foram retirados do estudo, trabalhos estrangeiros, artigos com mais de cinco anos de publicação e que não condiziam à temática. Para a literatura, a hepatotoxicidade do etanol está relacionada aos produtos reativos resultantes da sua metabolização no fígado. Nas reações químicas desse processo, há a transferência de íons hidrogênio do etanol para o co-fator Dinucleótido de nicotinamida e adenina (NAD+), que é reduzido à NADH+. Há excesso de NADH+ no citoplasma do hepatócito, o que desencadeia a formação de ácidos gordos e reduz a clivagem de lipídios, promovendo o acúmulo anormal de gordura no fígado. O quadro é reversível com o diagnóstico precoce e com a abstinência alcoólica. Geralmente os pacientes são assintomáticos ou apresentam hepatomegalia e dor no hipocôndrio direito. Anamnese, técnicas histológicas e de obtenção de imagem são utilizadas para sua identificação. De acordo com a literatura o desenvolvimento dessa patologia é complexo e ainda pouco debatido. A produção de trabalhos está bastante voltada para os estágios irreversíveis das hepatopatias. Tendo em vista que o processo é crônico, se faz necessário que os enfermeiros, orientem o paciente, na busca da prevenção ou não agravamento do quadro em questão.