INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CC) são anomalias anatômicas presentes no coração ou nos grandes vasos, que se desenvolvem no período embrionário, principalmente da 3º a 8º semana gestacional. A cardiopatia congênita é uma doença crônica, que pode ser diagnosticada antes ou depois do nascimento, tendo a necessidade cirúrgica ou não nos primeiros dias de vida, porém independente da gravidade necessita de cuidados contínuos e específicos por toda a vida. Após o nascimento, diante da suspeita da presença de anomalia cardíaca, o recém-nascido (RN) permanece um período em observação na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) sob os cuidados da equipe multidisciplinar. Há os sentimentos de insegurança e receio da família diante da situação da criança hospitalizada, que está monitorada por vários equipamentos, necessitando passar por procedimentos cirúrgicos que influenciam no processo saúde-doença. O papel fundamental da equipe é realizar orientações aos familiares no intuito de prepará-los para a realização dos cuidados pós-alta hospitalar, para continuidade do tratamento do RN cardiopata. METODOLOGIA: Estudo descritivo-qualitativo com técnica de grupo focal, realizado com médicos e enfermeiros de uma UTIN de um hospital de referência no Estado do Pará, no período de setembro a outubro de 2013, após a aprovação do Comitê de ética em pesquisa. RESULTADOS: De acordo com os profissionais participantes da pesquisa, os principais cuidados que eles orientam no momento da alta hospitalar estão relacionados aos cuidados gerais com o bebê; cuidados com a alimentação, pois alguns RN cardiopatas tem restrição de volume em função da doença; também orientam cuidados com as medicações, que são de extrema importância para a continuidade do tratamento; observação dos sinais de piora do quadro do RN, como cianose de extremidade, palidez cutânea, sudorese, recusa alimentar, cansaço; observar as datas das vacinas; realizar os testes de triagem neonatal e não perder as consultas de retorno. CONCLUSÃO: Há uma grande preocupação da equipe multiprofissional quanto a realização dos cuidados do RN cardiopata em casa, visto que são essenciais para a continuidade do tratamento. Com isso, procuram sempre estar inserindo a mãe nos cuidados do bebê desde a internação e sempre orientando, para que no momento da alta seja reforçado as orientações fornecidas e assim possam realizar os cuidados necessários com o bebê em casa.