INTRODUÇÃO: No homem, a leishmaniose visceral causa em torno de 59.000 óbitos anualmente, fazendo parte de um grupo de doenças de grande preocupação para a saúde pública em mais ou menos 88 países, sendo considerada uma das seis endemias de maior prioridade em nível mundial. OBJETIVO: Identificar distribuição espacial da leishmaniose visceral na microrregião do Bico do Papagaio, Tocantins, Brasil, no período de 2008 a 2011. METODOLOGIA: Exploratória e ecológica, a qual se utilizou dados fornecidos pelo DATASUS - SINAN-NET e IBGE, onde foi montado um banco de dados no software TerraView 4.0, para a constituir mapas temáticos, com a finalidade de observar o grau de dependência espacial entre os locais onde teve elevada incidência de notificação de casos por leishmaniose visceral nos municípios da microrregião referida. RESULTADOS: Foi possível encontrar dados de notificações de casos por leishmaniose visceral, onde o índice de Moran global foi de 0,23 e estimativa do p-valor foi de 0,02, indicando auto correlação espacial com os municípios vizinhos. Foram informados 308 ocorrências casos de leishmaniose visceral e 4 mortes. Onde o número maior de casos notificados foi no período de março a setembro, compreendendo o final da estação chuvosa e início da estação seca, caracterizando como uma enfermidade sazonal. Elevadas taxas de leishmaniose visceral podem estar relacionadas com a escolaridade insuficiente. Observou-se um aumento no número de casos por leishmaniose visceral no decorrer dos anos. O nível de detecção variou entre 0 e 42,13 por 100.000 habitantes, sendo a maior taxa pertencente ao município de Araguatins, possivelmente, por apresentar alto índice de criadouros bovinos, suínos e aviários, assim como, baixa taxa de condições de saneamento básico, o que, possivelmente, facilitou a proliferação do flebótomo. CONCLUSÃO: Na microrregião do Bico do Papagaio, especialmente no município de Araguatins, por apresentar maior taxa de casos notificados por leishmaniose visceral, existe a necessidade de maior vigilância por parte da enfermagem e demais órgãos competentes, no desenvolvimento de ações educativas voltadas ao combate e controle do mosquito palha, transmissor da doença.