A multiplicação das mulheres envolvidas com a criminalidade e a consequente elevação da população carcerária feminina vem sendo observada com relevante frequência no Brasil. Em geral esse público possui faixa etária jovem, de baixo nível socioeconômico e educacional, com histórico de prostituição e/ou uso abusivo de drogas ilícitas e/ou álcool, configurando uma população veemente vulnerável, de identificação, abordagem e tratamento, de difícil acesso no seu âmbito de origem, onde, muitas vezes, apresentam estado de saúde deficiente anterior ao encarceramento. Nesse contexto, existem políticas nacionais que asseguram aos detentos o direito de gozar dos mais elevados padrões de assistência à saúde, independente da natureza de sua infração, pois se encontram privados de liberdade, mas preservam os demais direitos humanos inerentes à sua cidadania. Para tanto, a enfermagem pode contribuir efetivamente para o resgate da condição de vida digna dessa população, tanto do ponto de vista biológico, quanto social e psicológico, propiciando conforto e bem-estar, minimizando a discriminação ou preconceito. Nesta perspectiva, esse trabalho objetivou relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem quanto a assistência prestada, na área da saúde reprodutiva e sexual, a mulheres reclusas. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos de enfermagem no projeto de extensão “Assistência de Enfermagem: Contribuições na saúde reprodutiva de detentas de uma penitenciária feminina de Teresina”. A experiência mostrou que a assistência de enfermagem integral a saúde de mulheres reclusas, no contexto da saúde sexual e reprodutiva, é essencial, principalmente porque essas mulheres constituem uma população vulnerável ao desenvolvimento de diversas patologias. A assistência de saúde em presídios brasileiros ainda é deficiente, no entanto apesar das limitações pode-se realizar atividades qualificadas visando uma assistência de enfermagem eficaz, pois apesar dos obstáculos, cabe ao enfermeiro e a equipe de saúde trabalhar no desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento de dificuldades, por meio da otimização dos recursos disponíveis.