A prevalência e incidência de Úlcera por Pressão (UPP) tem aumentado, o que pode ser observado nos mais diversos espaços que prestam cuidados de saúde, sejam em asilos, hospitais, unidades de terapia intensiva e domicílios. As complicações consequentes das UPP são observadas principalmente em suas categorias mais avançadas, quando acumulam grande quantidade de tecido necrótico. Para tratamento de lesões nesse estado utiliza-se o desbridamento cirúrgico como ferramenta que auxilia o tratamento de úlceras avançadas, pois expõe o tecido saudável e facilita o desenvolvimento do tecido de granulação. Com este estudo objetivou-se caracterizar a localização anatômica das UPP que passaram por desbridamento cirúrgico em um Hospital Público. Trata-se de uma pesquisa documental, retrospectiva, com abordagem quantitativa desenvolvida no centro cirúrgico de um Hospital Municipal localizado na cidade de Teresina-PI. Os dados foram coletados de prontuários disponíveis no arquivo da instituição com apoio de um instrumento semi estruturado, foram selecionados aqueles em que o paciente apresentou UPP desbridada cirurgicamente no período de agosto de 2011 a junho de 2013. Os preceitos éticos e legais foram respeitados e o projeto de pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 16130313.0.0000.5501. Investigou-se 416 prontuários de pacientes que se submeteram a procedimentos cirúrgicos. Destes, identificaram-se 47 submetidos ao procedimento específico investigado. Evidenciou-se que 24 (51,60%) apresentaram uma UPP, 09 (19,14) apresentaram duas UPP, 08 (17,02) três UPP e 06 (12,76%) desenvolveram mais de três UPP. Quanto à localização anatômica identificou-se 33 (40,74%) na região sacro coccígea, 20 (24,69%) nos calcâneos, 16 (19,75%) trocanteres e 12 (14,81%) em outras regiões, como orelhas, cotovelos e região occipital. Observa-se que as regiões mais afetadas podem receber intervenção para prevenir o aparecimento e complicação das lesões. Entende-se que existe a necessidade de implantação de capacitações para os profissionais que prestam cuidados diretos ao pacientes em estado de risco, especialmente a equipe de enfermagem e cuidadores domiciliares, pois grande parte das UPP pode ser prevenida com intervenções simples como a mudança de decúbito e atenção à pele.