O câncer mamário constitui um importante problema de saúde pública no Brasil, sendo a neoplasia mais frequente entre as mulheres e correspondendo a principal causa de óbitos por câncer nesse grupo populacional. Objetivou-se relatar a experiência da construção de uma oficina educativa para promoção da saúde mamária. As oficinas desenvolveram potencial de empoderamento das mulheres da comunidade Manga para realização do autocuidado preventivo da doença. Foram abordadas as seguintes temáticas: conceito de câncer de mama, anatomofisiologia da mama, aspectos epidemiológicos, sinais e sintomas, fatores de risco, mitos e tabus, recomendações para prevenção primária, legislação sobre o câncer de mama, autoexame das mamas, mamografia, modalidades de tratamento e os cuidados pós-mastectomia. As discussões mobilizaram intensos questionamentos uma vez que notoriamente ficou claro uma inquietude sobre assunto, assim como, inúmeras dúvidas relacionadas à saúde da mulher, em especial a neoplasia mamária. Pôde-se desmitificar a ideia de que o câncer de mama afeta apenas mulheres, que está relacionado a quedas traumáticas e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) como pairava no imaginário social encontrado anteriormente a execução das oficinas. As moradoras descobriram que existem leis que asseguram a prevenção, detecção e a recuperação da saúde. Os mediadores das oficinas conseguiram perceber pelas observações, o sentimento de euforia, alívio e alegria, evidenciado nas mulheres pelos semblantes e pelas falas, ao se deparar com o conhecimento de que o câncer de mama é uma doença curável, quando diagnosticado em estágios iniciais. Apesar desta ação constituir uma pertinente estratégia interventiva para a sustentabilidade da região, ela não constitui unicamente a estratégia de “solução dos problemas da referida comunidadeâ€?. Faz-se necessário a participação ativa de todos os sujeitos envolvidos na produção da saúde: moradores, gestores, profissionais para o estabelecimento de compromissos e corresponsabilidade em favor do morador da zona rural.