O indivíduo acometido por qualquer que seja o procedimento cirúrgico torácico ou abdominal corre o risco de desenvolver complicações no pós-operatório, e mesmo que os pulmões não sejam diretamente afetados, a musculatura respiratória sempre terá algum comprometimento proveniente da cirurgia. Entre as condições que podem afetar a recuperação do paciente, a tosse encontra-se em evidência. Pacientes submetidos a toracotomias e laparotomias altas, tendem a considerar a tosse um fator prejudicial à sua recuperação, e preferem não tossir da forma correta ou simplesmente não tossir, seja por dor ou medo de complicações na incisão, facilitando o acúmulo de secreções e organismos infecciosos do trato respiratório. O objetivo deste trabalho é mostrar o quanto o medo de tossir influencia na recuperação do pós-operatório. Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, das vivencias das ações extensionistas, realizada por uma estudante de enfermagem em atividades práticas por meio do Projeto de Educação sobre Exercícios Respiratórios: promovendo educação em saúde aos profissionais de enfermagem e clientes no pré e pós-operatório – PEER da Universidade Federal do Maranhão – UFMA/CCSST. A pesquisa pertence ao projeto de pesquisa central do projeto de extensão aprovado pelo CEP-UFMA, com o parecer número 629. O projeto é desenvolvido na Unidade de Clínica Cirúrgica do Hospital Municipal de Imperatriz, e possibilita aos acadêmicos desenvolverem ações de educação em saúde e assistenciais, voltadas ao pós-operatório de pacientes submetidos às cirurgias torácicas e abdominais altas. Durante as atividades realizadas foi observado que os pacientes apresentavam secreções pulmonares e tinham medo de tossir quando solicitados. Quando os extensionistas perguntavam o porquê da privação da tosse, os pacientes diziam que era por “medo de abrir os pontos”. Os extensionistas explicaram de forma clara e objetiva aos pacientes os benefícios da tosse e sua importância para a recuperação, a fim de prevenir complicações. Os pacientes foram orientados e ensinados a tossir da maneira correta, após desmistificado o medo, realizou-se com esses pacientes exercícios respiratórios, que influenciaram positivamente no estímulo à tosse, favorecendo a remoção de secreções e otimização da função pulmonar. Pacientes no pós-operatório apresentam medo de tossir; a desmistificação do medo de tossir no pós-operatório através de uma educação em saúde e intervenções técnicas melhora o quadro dos pacientes.