Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.), existem hoje cerca de 1,3 bilhões de fumantes no mundo e há uma previsão de que 10 milhões de fumantes morram até 2030. Fatores como a escolaridade, as condições socioeconômicas e o grau de dependência da nicotina são circunstâncias associadas à prevalência do tabagismo e a dificuldade da cessação do hábito de fumar. Torna-se um desafio para os profissionais da área da saúde tratar os tabagistas, sobretudo em locais onde os recursos financeiros são escassos. Objetivos: Caracterizar o perfil dos pacientes atendidos no Programa de Cessação do Tabagismo da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Metodologia: Foram avaliados retrospectivamente os dados dos pacientes que se cadastraram para tratamento no Programa de Cessação do Tabagismo da UFTM, na cidade de Uberaba-MG, no período de fevereiro de 2007 a dezembro de 2011. A escolaridade, condição socioeconômica, dados demográficos, tentativas anteriores para parar de fumar e grau de dependência nicotínica foram as variáveis avaliadas em 305 fumantes. Resultados: Em nossa casuística, 68,5%, foi do sexo feminino, 31,5% do sexo masculino, com idade média de 49+-11,1dp. Analisando a renda mensal familiar, observamos que a maioria recebia até 2 salários mínimos, 80,1% e apresentaram uma média de anos de estudos de 6,7+-4,2dp. Grande parte foi encaminhada por médicos, apresentaram grau elevado de dependência da nicotina 46,9%, com média de 43,0+- anos/maço e ao avaliar o grau de motivação desses indivíduos, 91,1% estavam prontos para parar de fumar. A maioria da população já havia realizado pelo menos uma tentativa para parar de fumar, seja sozinho ou com ajuda especializada. Conclusão: Grande parte dos tabagistas foi do sexo feminino, apresentou baixa escolaridade e renda, grau elevado de dependência da nicotina, tempo prolongado de tabagismo e tentativas anteriores para abandonar o cigarro. Os programas públicos que atendem populações com essas características devem elaborar estratégias que permitam o fácil acesso dos pacientes aos recursos necessários para o tratamento. Portanto conhecer a população é necessário para realizar uma abordagem eficaz e efetiva.